CONTINUO SEM RESPOSTA

Noite gelada, coração aquecido. Ao sair do carro, quase congelamos até adentrar ao restaurante. Minha nora havia feito reserva antecipada. E lá estavamos pontualmente, às 20.30 horas. No carro eu ia pensando: quem haveria de sair para jantar numa noite com temperatura de -15 graus, e achava que a reserva seria dispensável. Tolo pensar o meu. O restaurante estava repleto. Como tínhamos reserva, nossa mesa, nos esperava.
O restaurante um lugar acolhedor, decorado com requintes de bom gosto. Enquanto nos dirigíamos para mesa, guiados por uma linda moça, o som do quarteto de Liverpool, encheu meu coração de agradáveis lembranças. 
Durante todo jantar, uma coletânea de musicas dos anos 60 e 70, embalou nossa conversa.
A refeição um manjar dos deuses, o restaurante possui uma estrela, concedida pelo famoso e disputado "Guia Michelin".  E o motivo de estarmos ali, tornava a refeição ainda mais deliciosa.
A surpresa veio, quando na mesa ao lado, reconheci meu idioma pátrio. O trio que parecia ser composto por, avó, pai e filho, se servia de um patê de fígado de ganso, o famoso "foie gras". Logo desviei meus olhos da especiaria, pois sei do sofrimento que é para a ave, para que a iguaria seja  obtida. Mais surpresa fiquei, ao ouvir a avó, contando sobre as peripécias de sua amada gatinha. E intrigada pensei, o que a leva a amar tanto sua gatinha e não se importar em causar tanto sofrimento ao ganso, só para degustar-lhe o fígado?
Claro, continuo sem resposta.

(foto da autora, East River)


Lenapena
Enviado por Lenapena em 24/01/2013
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T4102554
Classificação de conteúdo: seguro