A LÍNGUA E OS SEUS PERCALÇOS

É comum ouvirmos por aí, principalmente da boca dos que circundam o mundo político, palavras que a maioria esmagadora da população não compreende. E essa maioria é exatamente a composta das “formiguinhas operárias” que mantêm o Estado em pleno funcionamento. Porque, quando ouvimos um empresário dizendo que paga os impostos em dia, ouvimos uma grande e descarada mentira; quem paga os impostos em dia somos nós, os consumidores, escravos, trabalhadores, que, aliás, ficamos com o resto do resto dos produtos de qualidade.

Expressões como: “Improbidade administrativa”, “desvio de recursos”, “Falta de decoro parlamentar”, etc. São proferidas, pelos políticos quando falam um do outro em se tratando das sacanagens que fazem com o dinheiro e com a consciência popular e até pelos veículos da imprensa quando noticiam essas sacanagens.

O povo não entende nada, porque não é para entender mesmo. Por isso é que quando promovem um evento cultural, não convidam os verdadeiros artistas, sob a alegação de que o povo não gosta. Como é que vai gostar do que não ouve e não vê?

Enquanto o povo não consegue interpretar as linguagens, eles podem deitar e rolar sem que sejam punidos em função da opinião popular ou qualquer levante que, eventualmente aconteça contra eles; até porque, o “pop” brasileiro é tão “pop” que não tem nem opinião própria, precisa da “Globo e Cia” para lhes expor os ideais fabricados na linha infame de montagem preparada para a fabricação de “asnos”.

Esses dias eu estava comentando com um amigo sobre conseguir uma bolsa de estudos para o mestrado. Um pedreiro que estava perto, de mais ou menos quarenta e cinco anos disse: Seis pudia mi dizê u qui é essa tar di borça di istudu qui ocês tantu fala, que eu iscuito idêus di mininim i nunca vi niguém carreganu u’a dipindurada”.

Esse é um retrato da população brasileira. Presume-se que o pedreiro esteja sempre em contato com as pessoas mais abastadas, construindo as suas casas. Por que então essa distância cultural?

Pode-se dizer que isso acontece para que o pedreiro seja facilmente manipulado em não consiga entender o seu real valor social e continue camelando por mais um bom tempo. Construindo mansões e morando em casebres.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 23/01/2013
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