BENÇA MÃE, BENÇA PAI.

Expressão que se perdeu no tempo. No meu tempo. Pois fui do tempo em que não se dormia ou acordava sem dizer: "Bença mãe, bença pai".
Sinto que há moda pra tudo até para palavras. Bença, é uma que faz tempo, não vejo mais ninguém usar.
Em minha infância, eu pedia a bença a todos os tios, beijava a mão de todos eles, e dos avós, padrinhos. E claro do padre da única igreja da vila.
Era costume comum, e nunca pensei em questionar. Era ver um tio ou tia, e já ia em sua direção, beijava-lhe a mão e dizia: bença tio(a), e esperava ouvir: Deus te abençoe, Leninha.
Lembro de me sentir protegida com o beijo de boa noite, o ajeitar do cobertor de feltro com barra feita de crochê por minha vó, e além do calor gostoso que vinha dele, o aconchego das últimas palavras do dia saídas dos lábios de minha mãe: "Deus te abençoe filha, e te conceda uma boa noite de sono".
Um hábito que não quebrei, e que passei aos meus filhos, mesmo em e-mail, sempre escrevo: Deus te abençoe flho(a). Agora a expressão "Bença mãe, ou bença pai, os ventos da modernidades conseguiram dissolver.
Uma pena, pois sempre me senti muito bem ao ouvir de volta de todos da famíla: "Deus te abençoe, Leninha". 
A resposta vinha carregada de bons eflúvios, de sinceros desejos de que Deus me abençoasse. Era como se muita gente que me queria bem, intercedesse por mim, junto ao Pai Criador.
A sua bença mãe, pai, ou vó.... expressão que terminou, penso eu, com minha geração. Uma pena.

(foto da autora)

Lenapena
Enviado por Lenapena em 23/01/2013
Reeditado em 23/01/2013
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