Um dia daqueles...
Hoje foi mais um dia daqueles.
Não um dia daqueles "maus". Hoje foi um dia cansativo, estressante, um daqueles dias em que eu quis descarregar as tensões de qualquer maneira. Hoje eu briguei, fiz carinho, trabalhei, estudei, me cansei... Mas valeu a pena. Hoje esqueci celulares em casa... Como faria meus contatos sem meus celulares? Como ligaria pra Brasília? Pra Natal? Pra Fortaleza? Puxa vida! como??? Esqueci alguns livros que retirei da bolsa pra estudar... Como estudaria sem meus livros? E o livro que estou escrevendo? E como faria o artigo do mestrado? Como? Eu não estava psicologicamente bem. Nem sempre a gente está.
Graças a Deus que já é noite, já cheguei do trabalho... Já me desentendi, já me entendi com quem me desentendi... Não gosto desses atritos de dias cansativos em que os nervos estão aflorados...
Mas, hoje, minha rinite suportou pessoas cortando cerâmicas com aquelas maquininhas que levam poeira até o raio que o parta.
Hoje eu estava muito mais sensível do que nos últimos 15 dias. Hoje eu tive que ter paciência comigo mesma para tentar entender a impaciência do outro. E confesso que minhas palavras doeram muito mais do que um tapa na cara ou um puxavante de... orelhas.
Hoje resolvi um problema matemático, exato! Resolvi me mostrar: Retirar todas as minhas máscaras.
Mas todas as coisas servem para nosso crescimento.
1 - Se eu não tivesse me desentendido com uma pessoa eu não teria percebido o quão estressada eu estava e o quanto que o meu tom de voz estava alterado; que, involuntariamente, as cordas vocais da gente se contraem ao ponto de a gente escutar todo mundo, menos a nossa voz que estronda pelos ares quando a gente tem raiva... e nem saberia o quanto que essa pessoa é importante para mim.
2 - Se eu não tivesse discutido, não teria perdoado, mesmo não sabendo se fui perdoada. O importante é que perdoei.
3 - Se eu não tivesse esquecido meus telefones em casa e o meu livro, eu não teria tido motivos para querer buscá-los e concluir uma responsabilidade que ficaria só na metade se eu não tivesse ido atrás.
4- Se eu não tivesse passado por tantas dificuldades hoje, eu não teria sequer me lembrado do quanto que um abraço me faria bem HOJE e não teria lutado por este abraço, que acabou se tornando muito mais que um abraço; porém, um ponto de encontro comigo mesma.
Resultado: ainda bem que pude desfrutar da beleza das flores depois de me machucar nos espinhos, porque se a gente for parar pra pensar mesmo, deixando o sentimentalismo de lado, a existência da dor é importante quando a gente sabe que ela é necessária para a busca do prazer, pois, ninguém consegue escalar uma alta montanha até o seu topo sem estar preparado para enfrentar as dificuldades da pressão atmosférica na intenção de realizar o sonho de ver o mundo do alto e estender lá nossa bandeira de conquista.
Solange Guimarães
22/01/2013 às 22:04