A CASA E O TEMPO.
Chagaspires
Velha casa! Tua face antiga causa admiração em quem passa.
Fazendo contraste com prédios modernos,com certeza guardas recordações de tempos áureos.
Construída na Avenida Agamenon Magalhães na Cidade de Gravatá em Pernambuco, antes da ponte que passa sobre o rio Ipojuca; teu ar antigo continua emprestando a paisagem uma bucólica mensagem do que já passou.
Ao vislumbrar-te da sacada da pousada onde me encontro, posso perceber em teus desenhos góticos, a beleza de teus detalhes.
Por tua fachada trabalhada; por teu arco sobre a janela de tua varanda; pelos teus muros carcomidos, por teu telhado retalhado pelo tempo; posso penetrar em tuas entranhas, e rever a gente que morou em teu interior.
Pessoas cheias de vida e esperanças que como qualquer outra, tiveram sonhos e desejos e passaram pelo tempo com as mesmas aspirações que as de hoje sentem.
A cidade então povoado era bem diferente.
A ponte por sobre o rio era mais estreita.
As enchentes sempre trouxeram problemas.
As baronesas que descem rio abaixo em épocas de chuvas são as mesmas que agora posso ver, e que saturam o leito do rio.
As carroças e charretes foram trocadas por automóveis modernos que a toda hora levam e trazem pessoas.
Agora o povoado já á muito tornado município, tem seu atrativo turístico o clima, e em seus ares amenos, as pessoas de vários lugares como eu, vem descansar do calor sufocante das grandes metrópoles.
As badaladas da igreja de SANTANA ainda se faz ouvir, conclamando os fieis para as missas costumeiras.
Tudo mudou, tudo passou, só tu permaneces igual.
Velha casa; antiga morada; já não carregas vida, e do teu passado só restou à saudade.
Os anos serviram para causarem teu desgaste, e hoje de ti só restam apenas às paredes antigas corroídas pelo tempo.
Ele , o tempo, foi o culpado do teu declínio.