EM DIAS COMUNS A GENTE SE SURPREENDE...
Era um dia comum, assim como tantos outros. Voltando para casa, algo me chamou a atenção: eu estava no metrô e ao meu lado sentou-se um homem bem vestido, aparentemente com seus 50 anos. Parecia pensativo e ao mesmo tempo ansioso, com um olhar cheio de saudades.
Notei que, em uma das mãos, ele segurava algo que, ao olhar, muito rapidamente não consegui identificar, mas que, com certeza, era algo muito bom, porque cada vez que ele abria e levava a mão no bolso, respirava mais forte e profundamente. Fiquei curiosa e embora não desejasse ser indiscreta, acabei sendo: quando ele fez novamente o gesto, pude perceber a joia que ele segurava. Era um mini porta-retratos. De um lado havia a foto de uma mulher, do outro o de uma criança. Daquela vez ele fixou o olhar por longos segundos o porta-retratos e, em seguida, o beijou.
Era saudade. Um gesto raro, lindo de se ver.
Em dias comuns a gente se surpreende.