Inspiração de chuteiras
Os escritores precisam de fatos interessantes e de lances que lhes tomem de emoção para que a inspiração brote e se transforme em simples palavras que se revelam através do bom sentimento.
Aliás, neste mundo têm os que escrevem e também têm aqueles que não dizem nada, mas ambos são tomados pela mesma sensação de alegria com as jogadas habilidosas que são produzidas dentro de um campo de futebol.
Os brasileiros, de uma forma geral, quando ligam sua tevê para ver um jogo de futebol querem vibrar e emocionar-se com os gols de seus times do coração. Entretanto, é muito melhor quando as jogadas e os lances da partida são protagonizados pelos seus ídolos, ou por aqueles que vestem o escudo preferido.
É no momento do gol que o coração bate mais forte. Mas, esse momento efêmero pode ser muito mais exaltado quando vem de uma jogada bonita ou de um drible certeiro em cima do adversário. Infelizmente, o Brasil de hoje não oferece muitas opções em termos de craques. Assim, estamos até habituados com o futebol aristocrático baseado em esquemas táticos de inibição quanto ao poderio ofensivo do adversário.
Já não existem mais craques como: Romário, Ronaldo, Rivaldo, Bebeto, Zico, Pelé, Garrincha e tantos outros que em passado breve ou remoto renderam muitas alegrias aos brasileiros. Neste momento, no Brasil, estamos reféns de um único craque, que é o ídolo santista Neymar. Esse sim vale a pena ver jogar. A cada jogo é um espetáculo diferente, com jogadas inéditas, com dribles desconcertantes que levam os marcadores a utilizar da violência na tentativa de evitar o gol.
Nossa carência de craques e a estabilidade de nossa moeda têm levado os clubes brasileiros a procurar outros jogadores estrangeiros para suprir essa carência. Assim, o histórico das entregas de prêmios de fim de ano tem demonstrado que boa parte dos prêmios oferecidos ao futebol brasileiro tem sido entregue a jogadores estrangeiros, especialmente os argentinos.
Por isso, sinto-me um privilegiado ao falar e escrever sobre Neymar. Trata-se de um jogador que tem trazido inspiração aos escritores Tupiniquins, porque se trata de um atleta que demonstra alto nível de profissionalismo, não se descuidando de sua condição física. Exemplo desse profissionalismo é vivenciado neste momento quando os jogadores voltaram das férias e ficou visível no jogo contra o São Bernardo que o Neymar voltou a campo com preparo físico invejável. Nesse jogo ele enfrentou uma arena esportiva hostil, porque chovia. Nem por isso deixou de correr e de enlouquecer os ‘zagueirões’ que só conseguiam pará-lo com as chamadas ‘botinadas’. Levou um dos defensores a ser expulso e ainda fez dois gols na partida.
O torcedor santista quando vê jogo do seu time já sabe, de antemão, que irá acontecer algo inusitado e favorável a sua equipe, toda a vez que o Neymar vai estar em campo. A regularidade desse jogador chega a espantar. Ele ‘apanha’ todos os jogos, mas se levanta e vai para o jogo. Não teme as jogadas violentas. Vai pra cima do adversário. Não se machuca gravemente. Ganha muito bem no time santista, mas, acredito, todo o dinheirão que está ganhando ele faz por merecer. A equipe santista paga com satisfação, porque sabe que tem retorno.
É certo que ainda surgirão muitas outras matérias de minha autoria, sobre esse ídolo santista, porque sua conduta dentro de campo sempre me dá energia e disposição para falar das peripérsias e das suas ‘travessuras’ quando atua pela equipe praiana.