FISGADO PELO SILICONE

Quando se olha a beleza feminina, se você for homem, as duas partes que recebem impreterivelmente os dois primeiros olhares são: peito e bunda! Que atire a primeira pedra o homem que não age assim. É tão verdadeiro que as mulheres procuram moldar as referidas partes, atribuindo-lhes a prioridade máxima.
É bem verdade também que existe os exageros, como o da cantora, atriz, bailarina... americana, Cher. Que gastou mais de um milhão de dólares nas suas cirurgias, ficando novinha em folha.
A vaidade feminina é tanta que os médicos mais ricos são especialistas justamente em cirurgias plásticas, o cardiologistas já ficou pra trás.
É comum ainda nos depararmos com mortes prematuras de lindas mulheres que de nada precisavam, mas sob a sua própria ótica queriam chegar a perfeição o que lamentamos profundamente, porque o que de mais belo a mulher tem não é sua aparência física, mas a capacidade de gerar um filho e dar continuidade a humanidade.
Mas o tal do silicone não é somente maravilhas no seu resultado estético, pode causar também problemas futuro, vez ou outra nos deparamos nos noticiários com alguns casos onde a prótese “escorreu”, saiu de posição, enfim, causando um problema sério para o seu portador. Sem falar nos que procuram as clínicas de “fundo de quintal” e saem deformados com aquilo que seria sua melhora visual.
Além das situações apontadas anteriormente, tive conhecimento de um fato que para mim foi inusitado, um pedido de divórcio pelo cônjuge que descobriu que as partes de sua companheira não eram “originais”, haviam sofrido alguns retoques pelo cirurgião plástico, os quais foram descobertos somente seis meses após o casamento. Segundo o pedido de separação judicial, o cônjuge requerente se sentiu lesado pelos “falsos” atributos de sua esposa, os quais pôde verificar em detalhes somente depois de casado, na luz do dia e sem suas vestes.
Quando pensa-se que já se viu de tudo aparece mais um desses absurdos, imagino que o verdadeiro motivo poderia ser outro e por não ter o que alegar seu advogado foi por essa linha de um argumento pífio sem nexo de causa e efeito.
Em determinado trecho do pedido judicial dizia o requerente que: “... quando a conheceu ela sempre estava vestida, aparentemente era uma pessoa normal, deslumbrante, sensual, com atributos invejáveis, despertando no requerente um desejo incontrolável pelo seu corpo...” que absurdo, a peça mais parecia um conto erótico para envolver o nobre julgador.
Em outro trecho narrando sua decepção o requerente assim disse: “... no dia-a-dia, pôde verificar as cicatrizes embora bem disfarçadas, mas que denunciavam suas “recauchutagens” para levar a erro o requerente...”. seria cômico se não fosse trágico, considerando tratar-se de rompimento de uma família, mas levar seis meses para verificar que o corpo de sua esposa não era “original” somente a história da chapeuzinho vermelho para comparar a tais argumentos.
Por fim, o termo de mau gosto utilizado na peça jurídica disse que o requerente foi “fisgado pelo silicone”, desprezando assim todos os outros atributos, inclusive, como ser humano, da sua ex-companheira.
Dessa vez o silicone deu resultado inverso na sua portadora, causando-lhe um prejuízo emocional de grande ordem, assim como financeiro e moral para o resto da vida. Nem sempre é necessário acrescentar onde já está bom.