Desculpe, mas eu te amo.
Hoje acho que devo pedir desculpas. Desculpa por não ser perfeita, por não ter nascido na Europa, por não ter tido aulas de latim aos 9, por não saber jogar xadrez, por ter faltado as aulas de inglês.
Desculpe se nunca tirei 10 em literatura, e se a história da arte ficou no passado sem que eu tenha tido contado com Shakespeare. Desculpe não ser magra o suficiente, não ser sagaz ao extremo e não ri sempre que me contem uma piada.
Sinto em dizer, mas digo sem sentir remorso, sou humana. Tenho carne, osso, e um pouco mais de carne, tenho até cabelos brancos, muitos por correr atrás da perfeição, coisa que por sinal não consegui alcançar, nem descobri o que vem a ser nesse mundo de gente diferente e cheia de imperfeição.
Peço desculpas por não enxergar você na multidão, depois do computador não há lentes que permitam isso. Desculpe a comida sem gosto, a roupa amassada, a palavra mal lançada, o esquecimento de um favor depois daquele dia de terror . Desculpe te amar pouco, não te entender, não aprender com você.
Mas se você não quiser me perdoar pelo maior dos meus defeitos, eu vou entender, amar você não é tarefa fácil, queira você ou não, eu vou sempre estar aqui, depois de cada tropeço, cada escorrego, cada palavra mal colocada. Afinal de contas eu já te falei, amar você não é tarefa fácil.