Em uma distante manhã de abril

Em uma distante manhã de abril, vou eu, ganhar a estrada, de volta para minha cidade! E juro, sem qualquer motivo para me fazer até lá de volta! È que, a algumas décadas passadas,em minha vida, havia momentos, sempre adiados. E, naquela manhã de abril,de mim, hoje, tão distante, enquanto sozinha faço malas e bagagens de mim mesma, sinto-me, como se fora uma robô que,automaticamente,toda semana, pela mesma estrada, minha vida, simplesmente, vai e volta, sem sequer, perceber que a minha vida anda, há alguns anos, todos os dias, envolta na mesma rotina, que nada mais é, do que um caminho de fuga, da minha própria vida, até agora,pela metade vivida.

Enquanto,assim filosofava, a minha vida ia andando, arrumando coisas simples, fazendo pacotes de processos com prazos a vencer. Assim, meditando, decidi, atravessar a rua, ir até ao Cartório que, fica bem perto e, procurar um motorista, que assumiria o volante do carro e, me conduziria por uma outra estrada, até então, por mim, desconhecida.Mas, eu queria saber, se valia apena correr atrás do sonho, do amor, pois, afinal, sou eu, uma simples mortal, que quebra a rotina, muda o caminho e, vou fazer a curva da minha vida que, passa por uma cidade encantada, onde por oito horas, das vinte e quatro que, tem o dia, lá trabalha, o meu sonho e o amor da minha vida.

E, a cidade do meu amor,é simples, no meu, também, singelo sonhar! Um antigo casario de jardins floridos e, de ruas com suas Palmeiras Imperiais, saúdam, nesta manhã de abril, a minha passagem. E eu, sem a responsabilidade de conduzir o automóvel, vou desanuviando a cabeça, relaxando os músculos, refrigerando a alma, açucarando os sentidos, deixando o coração se enebriar a gosto. A ansiedade,me toma o peito e, me leva a certeza de que, nesta hora, bem próxima ao almoço, me leva ao único Restaurante da cidade,onde quase sempre,todos os dias os que, lá não residem, apenas, trabalham se encontram todos. Este, o ponto certo, para o encontro e lugar, onde farei a curva da minha vida.

E, aqui, em uma mesa, estrategicamente bem posicionada, vi que, se aproximava o amor da minha vida. Apresso-me, e vou ao seu encontro! Ah! quanto tempo não nos víamos, deixamos de nos encontrar, com medo do amor, da vida e do sonho, virar pesadelo. Entre nós, durante muito tempo, sequer, um telefonema. E ali ao meio-dia em ponto, a sombra de um jambeiro, colocamos em dia, nossas agendas.

De amor, não falamos e, preciso,não se fazia, o brilho dos nossos olhos, dizia no sorriso desenhado em nossos rostos, e a felicidade andando sobre nossas faces, no tom suave, macio e delicado das nossas vozes, nos denunciavam. E, o impressionante é que, basta as nossas presenças, no mesmo espaço, momento e lugar,para nos fazer felizes, pouco importando que, seja em algum lugar mágico, ou em qualquer ponto fora do Planta Terra.

Enquanto, encantada com a presença do meu sonho de amor, ali, bem ao alcance de mim, cheguei a imaginar que, o amor por nós sentido e, até então, nunca declarado, seja simplesmente, um Amor Platônico que,com toda certeza, um dia, por nós será vivido, entre as Estrelas, mas, aquela bela manhã de abril,jamais esqueci, apesar de décadas passadas.

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 19/01/2013
Reeditado em 19/01/2013
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