PEDREIRA
Como a maioria das cidades não litorâneas, Pedreira nasceu para servir de ponto de apoio para as tropas de burros que transportavam as mercadorias que seriam comercializadas nos locais distantes da capital.
Seu nome se deve ao costume de se batizar as crianças nascidas ali com o nome de Pedro.
Em uma única família todos os homens tinham dois nomes e um deles era Pedro.
João Pedro de Godoy Moreira era o pai de João Pedro de Godoy Moreira, o moço, que fundou a cidade e de seus irmãos Bento Pedro, Antonio Pedro e José Pedro. (isso para citar apenas uma família.)
Apesar do nome sugerir local inóspito, a Pedreira dos dias atuais é uma cidade agradável de se visitar.
O museu da cerâmica conta um pouco da história e da religiosidade do povo e lá podem ser vistas peças de rara beleza e de real valor sócio-antropológico.
Muitas são as lojas repletas de lembrancinhas e assim como os restaurantes, acolhem o forasteiro com a simpatia e a cordialidade que caracteriza o pessoal das cidades onde os moradores se cumprimentam, ao passar um pelo outro, e sabem a maioria dos nomes dos habitantes.
O horto, onde se localiza o Cristo Redentor, tem a subida lajeada e enfeitada com as estações da “Via Crucis”, feitas em cerâmica policromada.
Afinal não poderia ser de outro material.
Há um teleférico que fazia o percurso entre as lojas de artesanato no centro e o horto, mas a incompetência desonesta dos últimos prefeitos condenou a engrenagem ao apodrecimento pelo desuso, esperando pela manutenção que, como todos nós sabemos, jamais acontecerá.
E o turista que quiser ver a paisagem lá de cima do horto, terá que subir a pé ou de carro.
Neste janeiro atípico, Pedreira está excepcionalmente quente e a chuvinha que caiu perto da hora do almoço, foi insuficiente para aplacar a fúria do sol.
Pena que não haja um parque com bancos, na margem do Rio Jacuípe, sob as árvores, à sombra e ao som das águas.
Pedreira é um desses locais em que procuramos retardar ao máximo nosso retorno para casa e quando isso acontece, ficamos a nos prometer que, na próxima oportunidade teremos que voltar.