SÓ UMA PALAVRA, SERÁ?
Não compreender a fala do outro ou o porquê de seu silêncio faz parte do complexo mundo dos relacionamentos interpessoais. Quantas vezes somos mal interpretados pelo que falamos ou pelo que calamos. Muitas vezes no ímpeto acalorado de uma discussão dizemos algo que não traduz fielmente a expressão verdadeira do nosso pensamento trata-se apenas de um arroubo de fúria ou raiva que resvala do nosso pensar e se traduz em palavra e por mais que tentemos dissuadir o outro de que não é aquilo que realmente queríamos dizer será exatamente o que ele ou ela literalmente entenderão como verdade absoluta e ainda afirmarão: “É só assim que você tem coragem de dizer isso, eu sabia que você pensava (ou achava) isso.” E o circo está armado, uma simples palavra posta em lugar errado, verdadeiramente mal dita e maldita pode abalar ou até destruir toda uma história que levara tanto tempo para ser construída, cheia de momentos únicos inesquecíveis, verdadeiramente reais e concretos. Só uma palavra, só um momento pode ser verdadeiramente catastrófica. Portanto antes de levar tão sério e tomar por tão importante algo dito ou até não dito em um momento de destempero, pare, pense, reflita, avalie e pese: será que vale tanto a pena considerar assim tão importante essas palavras. É preciso esfriar a cabeça reorganizar as ideias e só aí partir para decisão propriamente, sem arrependimentos, evitando assim lágrimas tantas vezes desnecessárias e fortuitas. O amor, a amizade também, se prova na dor. Espere um novo momento, num novo diálogo podem aflorar novas ideias e nada tão grave será preciso. Sua história vale mais que mil palavras e se não tiver as melhores palavras as vezes é melhor calar.
 
Dr. Flávio Dourado