A mediocratização do mundo virtual
Sou obrigado a concordar com a conclusão de poucos, mas sensatos internautas, sob o papel do facebook. Há tempos venho falando sobre isto, embora com certas resistências de algumas pessoas - o que realmente faz parte.
Com o emburrecimento gradual de uma sociedade atomizada, sem qualquer reflexão mais profunda, temos hoje no facebook um verdadeiro processo de orkutização, com a velha prática do copiar/colar sem qualquer reflexão ou utilidade afim.
O argumento escuso e fugidio da "liberdade de expressão" é, na prática, um salvo-conduto para a legitimação do "besteirol", das mensagens de "auto-ajuda" e de frases individuais sem sentido, que chegam ao cúmulo da infantilização mais pueril (perdoem o pleonasmo, mas é a mais pura verdade!) e a afirmação de ações prosaicas do cotidiano, no sentido mais fútil possível.
A conclusão é que, com a prática do copiar/colar sem reflexão, podemos chegar a dois axiomas:
1) Ou vivemos em uma sociedade passional e cada vez mais irracionalizada, sem qualquer reflexão profunda ou;
2) A bestialização do mundo virtual, onde um grande contingente de pessoas, sem qualquer conteúdo intelectual ou leitura mínima, procuram se apropriar de frases ou expressões alheias à sua realidade.
Os dois axiomas se completam, quando vemos no facebook uma série de "pérolas" que, longe de acrescer algo de útil a uma sociedade acrítica, reforçam o sentimento de bestialização coletiva, onde vale mais a satisfação e o egocentrismo exacerbado a uma reflexão maior, com autenticidade e marca própria, contribuindo para um mundo mais justo, mais fraterno e igual.
Esse é o mundo da virtualidade, em tempos de pós-industrialismo e de individualismo exacerbado. Um aterro sanitário virtual aceito por uma massa acrítica, sem rumo e sem direção a seguir. Reflexo vivo de uma sociedade que, em pleno século XI, vive a infantilização dos adultos e a precocidade da "adultização" das crianças e adolescentes, como bem diria um dia o dileto amigo Clairton Schardong.
Qual é o nosso desafio, nesses tempos difíceis?