Se não foi amor, o que foi então?

Não sei se algum dia eu já amei. E muito menos se vou amar. Um dia uma menina sorriu pra mim e estava tão distraído com a perfeição e o brilho do seu sorriso que nem tive tempo o suficiente pra sorrir de volta. Mas tive tempo o suficiente para observar seus leves toques e seu jeito desastrado e ao mesmo tempo organizado de ser. Aqueles cabelos levemente presos e alguns fios rebeldes voando. Aquele olhar de quem vai te desvendar a qualquer momento. Aquele leve batom de cor transparente que a cada segundo me convidava a borra-lo. E eu mergulhei nessas perspectivas, meu humor logo mudou do de costume para o sorridente. E eu observava cada característica dela como um pedaço de mim e acredito até hoje que ela faz parte de mim. A parte mais intensa e profunda de mim. E esqueci-me de comentar, ela usava uma blusa florida... Ah aquela blusa florida acho que foi ela que floriu meus pensamentos e meu coração. E o incrível é que as flores não se foram com um tempo não, parece que elas desabrocharam e se adaptaram aos movimentos acelerados e o apertado que é o meu cérebro (se é que tenho um). E vivem tão intensificadas em mim. E até hoje me pergunto se isso não foi amor, o que foi então?