Dor!

Eu conheço a dor!

Mas doer mais que a dor, seja ela física ou não,é ouvir alguém me dizer:

coitada! Ah,detesto essa palavra! Eu não quero ficar aqui falando de doenças,nem quero me colocar como doente,não é essa minha intenção,não gosto de me colocar como a vítima da vida,de reclamar.

Pode acreditar,embora tenho que dizer que tenho uma coisa chamada fibromialgia;uma síndrome que me causa dores tanto físicas como emocionais há 20 anos.Dor crônica,quando a dor deixa de ser um alerta do organismo e se torna frequente,diária. Mesmo assim eu não sou infeliz,apesar disso eu vivo sorrindo quase o tempo todo,mas há momentos de me assumir frágil e chorar quando a dor ultrapassa a minha tolerância e muitas vezes ela me leva ao desespero!

Também ultimamente tenho notado que ando sem paciência com muitas coisas e muitas pessoas,muitas vezes preferindo a companhia de quadrúpedes animais do que a de quadrúpedes humanos... rsrsrs

Mas se tem uma coisa que me deixa nos cascos é ouvir um ser (des)humano dizer: "seu problema é que você tem dó de si mesma!"

Eu não sei nem como definir o que sinto quando ouço uma coisa dessas,dita direta ou indiretamente! Acho que pode ser até ódio,embora eu não odeie ninguém,mas acho que no momento,sinto-o!

É muita solidão,frustração,e tantos ãos a gente ter que lidar com um problema que é dor,é tudo que é negativo emocionalmente vira dor física! Eu não sou amarga nem revoltada,até me dizem que sou amável,

que sou simpática,e tento ser mesmo,afinal ninguém tem culpa dos meus infortúnios! Mas já ouvi algumas vezes quando fiz psicoterapia e que me ajudou muito perceber isso,que eu fiquei doente porque segurava emoções! Olhei para o passado e me vi oprimida,de cabeça baixa ouvindo as barbaridades e engolindo a seco,sem nada dizer!

Eu era a irmã mais nova e por isso tinha que ouvir, pois isso era DIREITO do irmão mais velho que se autodesignou "chefe" da família!

Fosse onde fosse,trabalho,amizade,tudo,todos sabiam que podiam me pisar que eu seria o cordeirinho ali massacrado e calado!

Depois que eu descobri isso,ah nunca mais fui a mesma!

Nunca mais aguentei desaforo calada! Grosseria? Até pode ser,apesar que eu não costumo ser grossa de graça,mas se precisar desço do salto! Ah desço! Eu digo que morrer com as artérias entupidas de raiva eu não morrerei! kkkkk Sei que raiva não entope literalmente artérias,mas é uma metáfora...

Agora se alguém me faz mal eu solto os bichos com a maior educação possível,porque não gosto de baixezas.

Quer saber,tenho tido bem menos hematomas que tinha antigamente.

E se eu tiver que pedir desculpa, perdão, depois... Eu prefiro a ter que ficar segurando os maribondos! Se precisar, solto os bichos.Não é sempre,mas quando me tiram mesmo do sério! Algumas vezes já tive que pedir desculpas e o farei se achar que devo,mas hoje não engulo desaforo quietinha como antes,não mesmo!

Submição em exagero só faz mal,seja a quem for,se eu me sentir prejudicada, eu direi! Tudo que eu ganhei por ser aquela tonta quietinha que engolia todos os venenos alheios foi uma Fibromialgia que me roubou a qualidade de vida me fazendo quase um zumbi,por longos anos

com depressão profunda.Hoje estou melhor,muito melhor!

Mas essa melhora se deve ao fato de que, se pisar no meu pé,eu gritarei o mais alto que puder! Assim não guardo raiva nem rancor e vivo melhor.Ser boazinha a todo custo? Eu não! E KIKO?

Kikoganho com isso? rsrsrsr

Cansei...

Agora quero viver com menos dor possível.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 18/01/2013
Reeditado em 23/01/2013
Código do texto: T4091055
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