Eta moço difícil
Escrever era bipolar. Ele simplesmente sumia, uma inconveniência que só. De vez em quando eu estava quieta no meu canto, ouvindo música, sendo feliz e ele vinha me importunar. Não que fosse tão ruim assim, era só a hora errada. O Escrever simplesmente não espera eu aproveitar minha felicidade, ele simplesmente vem, arrastando tudo; esse é um de seus defeitos, compulsório, além de ansioso e inconsequente. No momento em que estou lendo, dormindo, apenas descansando sem nenhuma emoção à tona eu o ia procurar. Mas quem disse que o encontrava? Eu chamava, chamava e nada. Nem sequer um rastro dele. Tudo bem, eu não fico chateada com isso, mas fico irritada com essa incompetência toda. E como se não bastasse, estava lá, eu, sozinha, chorando em meu canto, chateada com a vida, com um ódio e repugnância encravados e ele vinha correndo, batia em minha pele por dentro e quase a arrancava, pareciam vários impulsos elétricos, choques de realidade. Pelo amor de Deus! Será que uma única vez esse tal arrogante Escrever pode aparecer em boa hora, e de bom grado? Não, não. Ilusão, pura ilusão, porque quando a hora era boa, Escrever tinha acabado de acordar, preguiçoso. No entanto esse moço me agrada muito, quando vem carrega espaço e deixa alívio, é um moço bom, mas precisa de uns tratos.
Isabelle A.