A legalização da prostituição e os seus poréns
Já fui de um tempo em q a esquerda lutava pelos amplos Direitos Sociais ao povo e considerava a prostituição um desvio pequeno burguês.
Entretanto, atualmente, alguns setores da "esquerda festiva" volta e meia defendem comodamente a bandeira liberal da legalização da prostituição, como se isto, por si somente, resolvesse ou minorasse as precárias condições deste segmento vulnerável.
A mesma "esquerda festiva" e liberal que defende a legalização da prostituição - que diga o Fernando Gabeira - tenta se escusar de um debate mais amplo e profundo, tentando desqualificar os que se opõem a ela, adjetivando apenas no campo "religioso" ou de fé, tachando-o de "conservadores".
Mas a turma da "esquerda festiva", entre seus "poréns", não quer enfrentar a fundo um problema tão sistêmico, quanto a da marginalização social, via prostituição. Reforçando a legalização, ela daria a maior arma a uma sociedade que eles mesmo a chamam de "hipócrita" e "moralista".
A "esquerda festiva" é incapaz de questionar a ausência do Poder Público na democratização do pleno emprego e na qualificação profissional dos setores populares e marginalizados e na educação pública de qualidade, junto com lazer e cultura, a estes setores. Como a "esquerda festiva" tem um fundo notoriamente pequeno-burguês e é divorciada da classe trabalhadora e dos setores marginais, torna-se cômodo ela apoiar um tema liberal e pequeno-burguês para reforçar e reproduzir a hipocrisia sistêmica de uma sociedade machista e autoritária, via legalização da prostituição - utilizando-se de bandeiras "sociais" para uma linha carregada de um individualismo exacerbado.
Para o PDT, em seus documentos históricos, o Estado deve estar PRESENTE, na defesa dos marginalizados, na construção de uma nação mais justa e igual rumo ao socialismo. A Carta de Lisboa aponta inequivocamente para esta direção, junto com o Manifesto do Partido.
Porém, a proposta da legalização, obviamente, partiria de um partido da "esquerda festiva" e pós-moderna, o PSOL, com um quadro que jamais foi de esquerda e defende a política de direitos humanos com recorte notoriamente liberal-democrata, sem questionar os pilares desiguais de um sistema tão perverso e desigual como o capitalista. Nem a tese reformista sucumbiria a uma proposta despropositada, sem o questionamento da marginalização. A legalização da prostituição, na última hipótese, oficializaria a opressão dos que se utilizam da cafetinagem para explorá-las, sob a pecha e a justificativa" de "relações trabalhistas".
Assim, é muito mais cômodo defender a prostituição, para a "esquerda festiva" em seu discurso demagógico e reforçador de um sistema desigual, do que cobrar do Estado iniciativas concretas como a ampla assistência de políticas públicas para as mulheres e para as travestis, com políticas plenas de educação democrática de qualidade (em todos os níveis, do Ensino Fundamental ao Superior), acesso pleno ao emprego e cultura.
Esse é o desafio, galera! O debate está posto!