Onde se perdeu

Olhos arregalados diante da fartura estonteante ao que nada pode ver em sua sombria caminhada...

O deleite exagerado de quem via o pouco como a existência suprema de um todo.

O discernimento ausente a mente carente,

A surpresa que sessou a falta de provisão,

Olhos arregalados diante da fartura...

Chega a ser estonteante!

Boquiaberto a salivar.

Tão majestosa a mesa de tolos,

Que sentem-se...

Reis que devoram o banquete dos miseráveis até se fartarem com o sangue dos inocentes.

E lá esta mais um.

Que um dia foi da massa,

Foi do lodo ao topo e nem se lembra mais...

Em meio a gula desenfreada devora seus próprios princípios atropelando as virtudes.

Esquecesse dos valores mais fraternos e dos princípios de uma sociedade modelo, dito assim é.

Embriagado com os prazeres que o corromperam,

Nega todos os dedos indicativos,

Afirma a cegueira na avareza de seus mais íntimos desejos.

Mata a história de uma multidão de esperançosos .

E a ira toma conta do seu ser quando no reflexo do espelho vê em que se tornou com sua luxuria...

Jogado sem forças ao leito envolto em preguiça, a si mesmo indaga...

Quem fui?

Quem sou?

Quem serei depois de tudo que passei?

Que farei depois de tudo que findei?

O certo é que nem mesmo sabe onde se perdeu...