Meus Amigos

Acabei de compartilhar uma dezena de fotos de bichos lindos: focas, patos, gatos, cachorros... Sem preconceito! Sendo animal, é comigo mesmo. Gosto cada vez mais. Sinto-me bem com este tipo de companhia, em total segurança. E o melhor de tudo, é que não tenho que ficar medindo o carinho, as palavras, ou os gestos. Quanto mais carinho demonstro, mais tenho de volta. Dado este, impraticável, para mim, no reino humano. Bem ao contrário, quanto mais convivo, incluindo aqui o convívio virtual, mais restrições acumulo. As exceções são raríssimas. Cabem nos dedos de uma mão.

Mesmo na rua, mexo com todos os cachorros que posso. Quando cruzo com um cavalo, ou, uma vaquinha, idem! É uma explosão de afeição autêntica, sincera, verdadeira. Se o animal entende e devolve, então, aí mesmo é que vou parar na lua, de felicidade. Quando meus irmãos me entristecem com sua violência e arrogância, é com os bichinhos que busco amparo.

É muito triste, por um lado, o que estou dizendo aqui, mas, infelizmente, a mais pura verdade. No meu caso, a coisa se complica um bocadinho mais, por eu pensar tão diferente da maioria. Ter esta aversão explícita pelo “gado”: seu comportamento, seus clichês, suas futilidades... Argh! Tenho vergonha de um dia ter feito parte disso! Este teatro de quinta categoria, com texto sem pé nem cabeça, e atores canastrões, comerciantes, presos voluntários do negativo da materialidade, dependentes químicos do dinheiro.

Prefiro, inspiro-me na pureza dos outros reinos, até para cumprir meu papel de causar desconforto, em que está se sentindo plenamente estabilizado na destorcida projeção da ilusão do mundo.

Música indicada:

http://www.youtube.com/watch?v=EUMTaEo3Gag

Dedico este trabalho a

Madalena Tedesco

e

Ana Lago de Luz

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