A VIDA TEM SE ESVAÍDO PELO RALO DO CAPITALISMO
A VIDA TEM SE ESVAÍDO
PELO RALO DO CAPITALISMO
Até onde minhas vistas alcançavam, eu via verde, um mar verde exuberante, a propiciar melhor qualidade de vida. Árvores frondosas, os animais vivendo no seu habitat natural, tudo no seu devido lugar. Natureza em equilíbrio total!
Nem se pensava ainda na palavra ecologia, com toda pomba de hoje, porém só pompa, pois a realidade é outra. Assim como sustentabilidade, é simples força de expressão, mera figura de retórica.
Hoje vejo, são prédios plantados, asfixiando a qualidade de vida, dez, doze, quinze, vinte andares ou até mais, de cimento armado, imponentes, solidários com esse estado de coisa que nos tem distanciado de uma saúde equilibrada.
É que, em vez de respirarmos o verde, respiramos uma argamassa cruel, assinalando dessa forma, como temos vivido nas cidades grandes, involuindo, em que pese todo aparato aparente de luxo e sofisticação.
Caótico também é o nosso trânsito, que além de contar com condutores mal educados, e tendenciosos, carros mal conservados, que poluem nossa atmosfera de forma vergonhosa, nos impõe grandes aflições. Ficamos também reféns, das parafernálias que a todo pulmão gritam músicas de péssimo gosto, em fragrante desrespeito às leis, mediante poluição sonora vexatória.
Os coletivos também dão a sua parcela de contribuição, para esse caos, que a muito deixou de ser eminente, tornando-se uma triste realidade. Ônibus em péssimas condições, se arrastam, poluindo, infringindo o trânsito, dando um espetáculo dantesco de impunidade, cometendo toda sorte de arbitrariedades.
As praias, antes paraísos bucólicos, agonizam hoje, totalmente contaminadas pelos esgotos que são despejados sem nenhuma clemência em suas águas,que antes cristalinas, estão turvadas pelo descaso, pela falta de comprometimento, e pala falta de amor com que nos relacionamos uns com os outros.
A falta de educação de seus frequentadores é alarmante, corroborando ainda mais, para que esse estado de coisa que nos deparamos se torne ainda mais gravíssimo.
O comércio informal é outra praga, outro câncer moral, e deixa um rastro de destruição por onde passam. E o reflexo mais gritante, é o saldo de lixo, que se amontoam e que atraem todo tipo de insetos e roedores, que desfilam livremente como consequência assombradora, da invigilância, por parte daqueles a quem caberia de fato, coibir tal estado de coisa, e que de braços cruzados assistem, impotentes e, até mesmo coniventes, com medo das respostas nas urnas, fecham os olhos, mas, de quatro em quatro anos abrem a boca, e arregalam bem os olhos,num exercício apavorante de demagogia.
Estamos vivendo assim reféns, de uma era moderna, onde o ter é muito mais importante do que o ser, em detrimento de qualidade de vida. Em perda significativa de valores, que têm nos distanciado a passos largos dos verdadeiros propósitos do exercício pleno da cidadania.
Albérico Silva