Poderia ser saudade. Mas prefiro o misterioso caso do cavalo comedor de lixo.

O perfume da moça me fez sentir saudade.

É incrível mas eu nunca esqueci o cheiro do perfume da menina de quem fui apaixonado um dia. Não sei o nome do perfume, nem muito menos a marca, mas sei reconhecer seu aroma em qualquer pescoço devido as lembranças que ele me traz. Foi a um tempinho, na sétima série exatamente; que gostava de uma garota que sempre usava o mesmo perfume. Era fascinante, eu sabia que ela estava por chegar na sala só em sentir seu aroma artificial, devido ao sabor fruturístico , existe esta palavra?, que o perfume exalava. Na época eu poderia jurar de joelhos que era apaixonado pela garota, mas refletindo hoje, tenho minhas dúvidas se minha paixão não era apenas pelo perfume. Mas, especulações não importam. O importante mesmo é que um moça qualquer me fez sentir saudades de um tempo infantil onde bastava um cheiro para se apaixonar.

Já que o assunto se caracteriza como saudade, acho que é saudade. Não, com toda certeza é saudade. Só pode ser saudade a explicação para o fenômeno do cavalo comedor de lixo. O problema é que em frente a minha rua existe um cavalo que come o lixo colocado nas calçadas para a coleta diária. O interessante é que os outros, ao contrário dele, se alimentam de um pasto que fica logo a frete. Mas ele, somente ele come lixo. Então, depois de muito pensar cheguei a conclusão de que ele em outra vida fora um cachorro, daqueles comedores de lixo, que se encontra pelas ruas. E que ao reencarna não se acostumou a vidinha vegetariana e sem graça dos equinos , de ter que comer e remoer mato. Logo, sentiu saudade da aventura e incerteza de se fuçar um lixo, quando cachorro. Por isso, ele insiste em continuar comendo lixo. Saudade é foda!

Por fim falo como Belchior, dizendo que a saudade é um charme brasileiro. Charme esse de querer sempre os amigos, sensações, perfumes, amores e até mesmo lixo ao nosso lado. Pois, somos um povo afetivo por natureza e queremos sempre estar junto. Feliz saudade!

jeffeson moura
Enviado por jeffeson moura em 15/01/2013
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