A TORRE EIFFEL

Além do indiscutível charme, da imponência e beleza, de sua atração quase magnética e da aura estonteante de sua magnificência, a Torrei Eiffel tem muito mais, talvez algo assim como um fantástico toque mais que sobrepuja a própria magia. Paris seria menor sem ela, menos requintado, perderia parte do romantismo, certamente não teria a mesma elegância que a caracteriza. Porque a torre plantada no coração do Campo de Marte, bem em frente ao Trocadero, é o coração dessa cidade que o mundo aprendeu a amar desde priscas eras, sendo ela, altaneira e esplendorosa, o ponto de referência mais nobre, o toque de Midas, o raio de sol que deixa a capital francesa vestida como princesa para deleitar milhões de olhares postos sobre ela.

É justamente esse princípio de fantasia que dela exala, esse relâmpago mágico que se sobressai e é visto em todos os quadrantes parisienses, que torna Paris tão sedutora, carinhosa na sua expressão de singeleza, estupenda ao ponto de chamar a atenção e brilhar como ponto máximo de sua simbologia. A Torre Eiffel é fascinante, e sem dúvida certamente mais que isso, é até mesmo sublime, detentora de um feitiço sem antídoto ao qual é impossível resistir, carrega em si um tipo de veneno cuja velocidade para penetrar na corrente sanguínea da alma e atravessar o coração de qualquer vivente é sensacional, maravilhoso, do tipo que fere sem doer, pelo contrário, é prazer que faz os olhos gozar e o espírito se extasiar em plenitude.

Se a Torrei Eiffel estivesse à venda decerto os chineses ou os japoneses a comprariam, principalmente uns ou outros, mas é evidente que muita gente gostaria de possuí-la quase da mesma forma como se deseja uma mulher. Caso ela tivesse olhos, é óbvio, quantos olhares sedutores lançaria sobre nós, e estou consciente de que hipnotizaria quem a olhasse com a luz invisível de seu esplendor, e se fosse capaz de abraçar de alguma maneira as pessoas, todos correriam aos seus pés para receber esse abraço sutil e gostoso, então teria a humanidade ao seu dispor, fascinada, dominada por seus múltiplos e belos predicados. Bastaria piscar os olhos ou estalar os dedos e nos teria prontos para tirar mil fotos a um só tempo.

A Torre Eiffel fica ainda mais completa e linda ao anoitecer, quando se veste com suas vinte mil lâmpadas acesas que iluminam o céu de Paris e derramam sobre a cidade quase um alvorecer, tão forte é seu brilho, e os dois fachos de luz mais as oitocentas lâmpadas de festa que piscam de hora em hora são o adorno que fecha com chave de ouro o ardor de sua elegância charmosa. À noite ela se torna uma rainha, a mademoisele arrumada para ser a companhia dos inúmeros turistas e parisienses que vão à sua presença para se deslumbrar ao seu redor. Alguns sobem suas escadarias, passo a passo, para cada andar, outros preferem o elevador, e os mais abastados fazem reserva para jantar no caríssimo restaurante abrigado por ela, o Les Jules Verne, a cento e vinte e cinco metros de altura, onde o prato mais barato custa cerca de cento e dez euros por pessoa.

Do alto da Torre Eiffel a vista de Paris é um luxo prazeroso para os olhos, é algo semelhante a estar sobre as nuvens vislumbrando um oceano festivo desenhado por um artista de alto nível, um expert que do topo de sua sabedoria arquitetou e planejou uma das cidades mais belas da Europa. E de sobre o seu ponto mais gigantesco, de sua atração maior, A Cidade-Luz parece brotar do chão e se materializar na perfeição de seus traçados, nos píncaros de seus monumentos , nas suas luzes distribuídas com categoria e sapiência. Essa emoção aflora no peito e flui nos olhares seguida de soberbo frenesi.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 14/01/2013
Reeditado em 31/03/2017
Código do texto: T4084933
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