As folhas que meditam

Meu domingo foi bom. Não, não; foi quase bom. Vou falar a verdade, foi uma droga; bem cara de domingo mesmo.

Bem, mas resolvo escrever na segunda porque gosto muito das segundas, ainda mais quando se tem um dia nublado em mossoró, e , diga-se de passagem, é raridade dias nublados em minha cidade. Sabe, quando se estar nublado se tem a impressão que o tempo não passa, devido as folhas. Sim, as folhas; pois quando se olha para elas não se percebe movimento algum, parece até que em dias de nuvens as folhas tiram para meditar.

Mas voltando ao domingo, que é o tema desse texto, ao menos acho que é, sabemos que foi uma droga. Estava somente meu irmão e eu em casa num dia quente de domingo. Tédio. Melancolia. Duas palavras que são sinônimos de domingo, ao menos pra mim. Lá estava eu a perambular pela casa a procura de algo pra fazer, quando encontro meu irmão no quarto contando os dedos. Cara, essa imagem me chocou: ele estava mais entediado do que eu. Será que ele pensa que contando e recontando o resultado vai ser diferente de cinco? Não, claro que não. Ele só estava desejando que o tempo passasse, e passasse rápido. O que é uma contradição, pois quando ele estiver mais velho e a morte for uma de suas ocupações mentais, ele vai querer que o tempo não passe como numa segunda nublada, mesmo que continue a contar e recontar seus dedos. Eu pelo menos fiquei assistindo a NFL, esporte de gringo que insiste em passar na TV.

Outra coisa dos domingos, é que fico pensando nas mulheres. Sabe, aquelas mulheres: Juliana Paes, Sabrina Sato... mentira. Penso em mulheres que existem, mulheres de verdade; que me fazem alegre e triste. Mais não quero falar sobre isso, não sei nem porque citei.

No mais, meu domingo foi assim mesmo com jeito de domingo. Terminando com fantástico e bbb – nossa o bbb se parece com 666, mas isso é outro papo. O importante é que sobrevivi ao domingo e estou aqui escrevendo e pensando nas folhas que ficam a meditar nas árvores.