Epifania
DEUS SE MOSTRA VIVO EM NOSSA VIDA ?
Hoje não estamos mais querendo dobrar os joelhos, perante as continuas manifestações de Deus em nossa vida. Estamos de acordo: aquele que os antigos Magos adoraram lá em Belém não era simples manifestação de Deus. Era o próprio Deus se mostrando ao vivo. Contudo, suas manifestações continuam acontecendo em cada ser humano; em cada país; em cada povo. Eu acho e acredito que toda manifestação mereceria mais respeito; mas temor e agradecimento á Deus por esta Epifania.
Se tivéssemos um pouco de fé nessas epifanias modernas de Deus, não haveria tantas violências, injustiças e desigualdades. Tanta exploração; fome; e, tantos seqüestros; torturas e matanças. Mas como a fé acabou virando mercadoria muito rara, eis que até as sociedades que se proclamam cristãs vivem de um lado praticando abusos violentos e promovendo a repressão e piscando o olho para a pena de morte...
Ora!... toda falta contra o ser humano, denuncia nossa falta de fé nas “epifanias” de Deus. Quer dizer que acreditamos no Deus que está no céu, mas não acreditamos no Deus que está na terra. Ajoelhamo-nos perante o Deus que se manifestou em Belém; mas não perante a Deus que se faz presente nas favelas.
Adoramos o Deus que mora nas igrejas, mas somos incapazes de adorar o Deus que mora nas pessoas que moram debaixo dos viadutos. Acendemos velas e levamos flores ao Deus escondido no pão Eucarístico; mas desviamos o olhar do Deus que vem a nós em cada criança abandonada, em cada presidiário, em cada doente, em cada usuário de drogas.
Mas, os sábios, que fizeram viagem tão longa só para experimentar a alegria de se ajoelhar perante o filho de Deus, hoje nos dizem que não precisamos ir tão longe para desfrutarmos tal privilégio. É só tomarmos o caminho da favela mais próxima, ou do hospital mais perto, da casa vizinha, ou do nosso próprio lar; lá esta Ele.
E lá ajoelhados, adoremos!
E elevemos o pensamento nesta manifestação de Deus a todos os povos representados Magos de hoje e segue a estrela que leva aos hospitais e ali se ver a falta da presença de Deus nas crianças; idosos e miseráveis a espera de um olhar de compaixão. Ali Deus não se revela triunfante com sinais esplendorosos. Ele faz nascer uma estrela a indicar o caminho até seu Filho que possa despertar o caminho a presença de um Deus que está sofrendo em cada um daqueles que ali esperam um Mago. O olhar de um deles porque ainda hoje a estrela divina está a nos guiar até Jesus. E nas necessidades de um olhar deste que nos encaminha até ele em cada gesto de bondade e de vida voltada para a missão dele que também é sua.
Aqui fica a pergunta que não quer calar. “Qual o presente que como os Magos vamos levar.” O ouro, o incenso? Ou mirra que indica a natureza humana de Jesus, que se encarnou e assumiu até a morte, e morte de Cruz?