Puro Amor
O que me fascina no universo da paixão é o sonho nítido no seu olhar que por mais que tente mentir não dá para engolir, ocultar o óbvio a ebulição dos estímulos a denuncia viva e patética do ser apaixonado, cega e desarticula movimentos básicos de entendimentos mínimos conceituais de individualidade e nos leva ao labirinto escuro e desconhecido do improvável e do desejo único que quero dividi-lo e invariavelmente não consigo e me distancio da realidade da razão do presente.
É evidente que caio no abismo da angustia e me perco no mesquinho contentamento de me alimentar com migalhas que não satisfaz e pior, introduz vontades que tento compensar com ações incrédulas e medíocres, desarticuladas e sem propósito, um vazio se aproxima da alma que sofre e me socorre, denunciando as mazelas que cometi e por um determinado tempo vivi a dor do desengano.
E se patético sou, o que sobrou foi a tentativa de encontrar o amor e pateticamente busquei, intensamente, expectativa criou e uma nova vida inventou para anular a hipocrisia da solidão velada e má posta, malvada e hoje deposta definitivamente porque a vida reluz, seduz e sua presença contradiz a dor e me faz puro amor.