Politicômetro: A manipulação da Veja não tem fim.

A manipulação da Veja não tem fim!

Jorge Linhaça

Já não bastasse à Veja querer empurra goela abaixo de seus leitores a sua preferência político-partidária, a versão eletrônica da revista lança agora um aparentemente inocente “politicômetro” para medir o espectro ideológico de quem responda ao teste aparentemente inofensivo.

Aparentemente porque os dados resultantes dessa pesquisa lúdica, logicamente reverterão para a criação de um perfil marqueteiro do candidato que a editora Abril decidir apoiar nas próximas eleições. Claro que todos já sabemos de que partido será esse candidato, não é mesmo?

Após as últimas três clamorosas derrotas sofridas pelos aliados da Veja ( quatro se contarmos a da prefeitura de São Paulo), alguém teve a ideia de lançar o politicômetro como ferramenta para quantificar e qualificar as tendências pessoais do eleitorado.

São vinte questões que não contemplam todas as respostas possíveis, limitando o usuário a escolher entre “ concordo plenamente”; “ concordo”; “discordo” e ”discordo plenamente”, conduzindo o leitor a optar por um espectro limitado de respostas.

Existem questões complexas que não poderiam ser avaliadas apenas com essas opções, mas, seguindo a linha de que grande parcela da população brasileira é incapaz de análises mais profundas limita-se o espectro para que as respostas sejam quase que condicionadas.

O gráfico ao lado movimenta um bonequinho o para a esquerda e para a direita e para liberal ou anti-liberal (acima e abaixo) e ao final das respostas é dado um “diagnóstico” do perfil político do usuário do programa.

http://veja.abril.com.br/eleicoes/politicometro/

Acreditar que isso não será usado nas próximas eleições é o mesmo que acreditar que coelhos botam ovos de chocolate ou que brinquedos, ferramentas, roupas e made in China são feitos por duendes ou elfos no Polo Norte.

Aqui podemos esperar duas movimentações :

Primeiro a revista, através de sua linha editorial procurará modificar a visão do público em áreas específicas que não se adequem de forma alguma ao perfil dos candidatos apoiados por ela.

Segundo, através dos dados levantados procurara se criar um candidato biônico que agregue o máximo possível o perfil majoritário encontrado nessa pesquisa.

Dessa maneira fica ainda mais claro a edição é politicamente engajada e está muito longe de ser o baluarte da justiça e integridade que se esforça por nos fazer crer.

Uma imprensa livre é, ou deveria ser, apartidária e isenta de defender interesses de uma determinada classe em detrimento das necessidades da população como um todo.

Salvador, 11 de janeiro de 2012.