PRESOS DO TEMPO?!
Não adianta reclamar, o tempo já nos restringiu. Fomos presos por influências sem pedirmos explicações convincentes. Contudo, quero dizer, esse tempo que é nosso, fomos escravizados por ele, ou pior, deixamos que ele nos prendesse. Não nos resta senão criarmos alternativas para respirarmos melhor neste tempo. Estamos condenados à 24 horas por dia. Vivemos num tempo que o produzir fosse a nossa única razão da nossa existência. Se fugirmos, a solitária é o nosso castigo, e o afastamento dos outros é o nosso pesadelo. O tempo não perdoa quem é fugitivo das suas influências esmagadoras. Agora nos resta tapear as exigências dadas pelo tempo, se não, permaneceremos no cativeiro recebendo “temporradas” o tempo todo.
Entretanto, quero propor que vivamos uma existência “fora” do tempo. Razões estas que nos tire da superficialidade à profundidade, para sairmos das respostas rápidas e cultivar as boas perguntas sem pressa. Sendo assim, temos grandes chances de redescobrir valores, intimidades, desejos, percepções, para vivermos melhor neste velho e famoso tempo.
Vamos guardar os relógios nas horas da refeição para conhecermos o pão, a fruta, a mesa, a família e os amigos. Que sejamos não objetivos nas conversas quando pede profundidade. “Perca” seu tempo escrevendo, lendo, amando. Pare! Porque o sol, a lua, o mar, as estrelas, os rios, os pássaros, se exibem para vermos as suas belezas. Que possamos valorizar momentos de quietação para enxergamos o nosso mundo (eu) insuficiente e de tantos vazios. Não goste da insensibilidade que é doutrina deste tempo. Não viva relacionamentos rasos; fique descalço, corra na calçada, seja criança sem se preocupar com o depois. Apesar de sermos presos do tempo, é possível desconstruir as suas ideias impostas.
Afinal de contas, o homem foi feito para o tempo ou o tempo foi feito para o homem?