VAIDADE.
É preciso ter simplicidade para que a fé tenha força.
A inteligência que nos foi dada tem limites, e a compreensão, esta sim, necessita ser gigantesca e ilimitada para compreender a simplicidade.
Só na simplicidade está a razão. O voo da águia está nas alturas favorecido, tudo enxergando, para refazer o ciclo da natureza na cadeia ambiental.
A raiz que foi terra, átomo fragmentado até a última partícula conhecida, modifica-se para voltar a ser terra com a semente deitada ao solo. O filhote dos grandes animais é antes fragilíssimo até se tornar imbatível como o elefante.
A inteligência é pequena para explicar a vida, e imensamente limitada para entender a morte.
Nada que ocorre sob o sol, foge de uma razão da criação, e só a simplicidade que reconhece sua impossibilidade de ir além de intimidados dons, pode aceitar com serenidade a bela passagem que se faz em matéria.
A pretensão de ser mais do que se é, alargar portas que sempre estarão fechadas, ter o sucesso dos que foram famosos e pouco lembrados, é filha da vaidade infantil e do despreparo do espírito.
Os pretensiosos dormem o pior dos sonos, a inquietude da noite interminável.