O telemóvel

As Novas Tecnologias

Quando falamos em novas tecnologias para além do computador de que já me debrucei e dos ipod e mp3 player, uma há que é coqueluche do nosso povo. Novos e velhos, ricos e pobres, todos eles têm em comum um telefone portátil. A designação de telefone não será a mais correcta, pois desde servir de telefone, enviar e receber mensagens, despertador, tirar fotos, filmar, GPS, internet, jogos, rádio e televisão. Este aparelho multifunção, uma autêntica caixa maravilha, faz com que passado um mês ou dois já estejamos desactualizados perante as novas funções que vão surgindo, dia após dia.

De facto este aparelhinho veio de uma forma ou doutra revolucionar a vida de todos nós. Passa-mos a estar contactáveis em qualquer lado a qualquer hora, a ponto de nos sentirmos dependentes do telemóvel, como quando, por falta de bateria ou por que nos esquecemos dele em casa (o que acho pouco provável), sentimos uma angústia como se a vida não prosseguisse o seu percurso normal. E se alguém me telefona? E se me dá alguma coisa! como é que peço socorro? Parece ridículo, porém é uma realidade. Imaginarmos nós que há vinte e poucos anos, nada disto existia e no entanto não se deixava de comunicar com as pessoas, de forma menos frequente, é certo, mas comunicava-se de uma forma mais saudável e não era com sinais de fumo.

No dia 16 de Outubro de 1956, era criado o primeiro Telemóvel, conhecido naquela época, como sistema automático de telefone móvel ou MTA como ficou conhecido. O aparelho foi inventado pela Ericsson, pesava nada mais nada menos que 40 Kilos.

Bom! de móvel esta gracinha não tinha nada.

Possuo o telemóvel desde 1997, com 99% das funções serem exclusivamente para fazer e receber chamadas. Lá de muito de longe em longe uma ou outra mensagem, as outra funções só para experimentar quando na aquisição de um telemóvel novo e depois resumo as suas virtualidades às duas primeiras funções. A função internet já eu a desactivei a pedido, na Vodafone, porque 1º não vejo utilidade da internet num telemóvel, 2º porque um dos telemóveis que tive, bloqueava e desbloqueava na mesma tecla, consequentemente estava volta e meia a navegar em seco, isto é, pagava um serviço que não utilizava, porque volta e meia ele ligava-se quando o transportava no bolso das calças.

Há uns meses um cliente pediu-me o nome e o NIB para fazer um pagamento através de uma transferência bancária. Como ele estava no estrangeiro pediu-me para lhe mandar os dados numa mensagem por telemóvel. Agora vem o caricato da situação; começo por escrever o meu nome e quando chego à altura de colocar os números não conseguia, escrevia as letras, em letra grande e miúda, as vírgulas, mas os números é que não apareciam e eu não conseguia acabar a mensagem. Comecei a duvidar das minhas capacidades e a pôr em dúvida se o aparelho estava bom.

Por sorte lembrei-me de pedir ajuda e vim à rua e ao primeiro miúdo que vi, (teria para aí uns dez a doze anos) ainda que envergonhado, mostrei-lhe o telemóvel e perguntei como é que se digitavam os números.

- Olhe! É tão fácil! - Disse o garoto com ar paternalista, enquanto premia um pouco mais a tecla. Se eu ao pedir ajuda já me sentia envergonhado, mal ele me mostra o número, senti um calor na face, como em miúdo quando era apanhado a fazer alguma asneira.

O garoto apercebeu-se da minha atrapalhação e disse:

- Não se preocupe, porque o meu pai é mais novo do que o senhor e também não sabe mandar mensagens.

Perante isto, quase que me apeteceu não agradecer, perante a ousadia do miúdo. Vim para casa a remoer o que o ranhoso disse. Começou por me chamar velho e depois pouco mais que analfabeto. Velho, eu? com sessenta aninhos. Ainda por cima, eu que já tinha telemóvel ainda o sacaninha não tinha nascido. E depois aquele arzinho de quem sabe mais do que os outros. AI QUE RAIVA!..

Extrato da minha história de vida.

Lorde
Enviado por Lorde em 11/01/2013
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