A BELEZA DO TEMPO NOS ÁLBUNS DE FOTOGRAFIAS

Deixe me ver de qual maneira começo esta história... Já sei, pegue aquele álbum de fotografia da família do tempo em que você era adolescente. Ache você. Vai lá, tô falando sério. Gostou do que viu? Vou adivinhar: se for homem provavelmente não deve ter se simpatizado com aquele ser dentuço, orelhudo e geometricamente desproporcional. Caso ainda seja adolescente, e fez o enorme sacrifício de parar de ver aqueles videozinhos por um instante para me prestigiar, aguarde alguns anos e entenderá o que estou dizendo. Se for mulher, certamente, a menos que esteja muito enganado, ainda que em plena forma, dirá: - que corpinho lindo que eu tinha!

Por falar nisso, já percebeu que se olhar nos vidros dos carros a gente fica mais bonito? Para alguns, digamos menos feio. Alguém me disse que neles, principalmente se for em vidros de fusca, a gente fica mais forte: nos homens o efeito é de braços mais grossos e nas mulheres a bunda cresce. Fiz o teste, juro que fiquei com um puta bração. O quê? Com certeza, só os braços.

Deixe a bunda para trás, volte ao álbum e veja como o tempo faz bem às pessoas. Tudo bem que para algumas ele pode ter sido o inimigo número um da beleza, talvez nem nascendo de novo, mas na maioria delas a coisa muda para melhor. Vi a foto do meu irmão mais velho e pensei: meu Deus! Como pode casar? Hoje percebo que minha cunhada via além da matéria. E minhas irmãs? Esbanjavam sensualidade com saias abaixo dos joelhos e com cabelos armados até os dentes. Coloquei apelido numa delas de pé de manga. Quer saber? Bendita seja a santa chapinha! O que falar da moda? Hoje dou risada das roupas que meus irmãos usavam, porque tenho certeza de que os filhos deles irão rir de mim até a morte, pois usei a famosa calça capri, apelidada pelos mais velhos de calça de pular brejo.

Olhando essas fotos descobri uma coisa: a gente só percebe que é feio com o passar do tempo. Quando tinha 20 anos, achava que era lindo, corria de regatinha mostrando os “braços esculturais” e tinha uma cabeleira que só com meio quilo de gel atingia a forma desejada. Hoje agradeço minha santa favorita: santa maquininha de raspar. Percebi que para ser feliz, não preciso de cabelo, de braços grossos... Tempo, tempo, tempo, tempo: realmente és um compositor de destino, assim como escreveu Caetano Veloso em uma de suas canções. Depois de ter notado que está bem mais bonito, pode fechar o álbum, eleve sua autoestima, abaixo o mal e a depressão, abaixo o complexo e toda falta de inspiração. Tenha um excelente dia.

Eder Tofanelli
Enviado por Eder Tofanelli em 10/01/2013
Código do texto: T4077245
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