Quietinha
De texto em texto, de galho em galho, fujo da percepção ai de fora. Me fecho tremula, quietinha, a esperar que algo me salve da neutralidade.
Aos poucos a madrugada avança triste como uma garotinha que perdeu sua boneca favorita, seus sussurros apavoram a vida que lá coexiste.
Daqui sigo nula, confinada aos pensamentos, aos poucos já controlo a vontade de fugir, ando calada. Não que me faltem palavras, pois acumulo tantas presas na ponta da língua que mal prego os olhos no deitar.
São muitas as mentiras que me prendo, mas são confortáveis, sigo fiel ao inexistente.
Ao contrario dos que assistem, venho protagonizando uma novela, longa e dramática, quase um monólogo, mas enquanto houverem espectadores onipresentes em minha cena, sigo quietinha, finjo bem. Está tudo bem por aqui.