Pensamento Líquido
O sociólogo Zigman Bauman, um dos últimos pensadores contemporâneos vivos, alerta para os riscos da modernidade líquida, em que o consumo supera a produção. Estou com ele. Bendito seja o cérebro do Bauman. Estamos numa era fútil, fácil e superficial. Uma geração do Michel Teló e Neymar, 50 tons de cinza e Crepúsculo. Uma era digital. O tempo, que antes nos parecia uma eternidade, agora dura segundos. Tudo é rápido e instantâneo. Não temos tempo pra dar.
Vivemos de resultados, e os meios utilizados para consegui-los pouco importa. Resultado é dinheiro. Quanto mais melhor. Dinheiro é poder. Dinheiro é lucro, consumo e compra. É a era Big Brother. Chegamos ao 13º. Está cada vez pior. O Pedro Bial a cada ano fica mais babaca. Chama de heróis pobres anencéfalos. E a TV Globo mais apelativa e de direita. Apoiou os militares na ditadura e agora o PSDB. Repete insistentemente o julgamento do mensalão e lança notícias estapafúrdias do governo Dilma. Como se não existisse um mensalão do PSDB, anterior ao do PT, em Minas Gerais, que ainda não foi julgado. Ou mais: como se o PT fosse o único partido político corrupto no Brasil. Me abstenho enquanto Fernando Collor de Melo e Sarney ocuparem cargos públicos. Enfim, a Globo quer José Serra para presidente.
Não aguento mais economistas e administradores na televisão dando dicas de economia financeira. Odeio economistas. Eles também não devem gostar de mim. Faço o que quiser com meu dinheiro. É sempre a mesma coisa. Os economistas falando que os pobres estão cada vez mais endividados. Culpa dos programas sociais. Como se as classes mais favorecidas não devessem. Devem e não pagam! Para os lacerdinhas da direita, o problema brasileiro é o bolsa família, as cotas raciais e o casamento gay. A direita braseira é a cara do deputado Jair Bolsonaro. Aliás, o mesmo Bolsonaro declaradamente homofóbico e racista tão veementemente elogiado pelo ministro Joaquim Barbosa. O Brasil é um picadeiro. Salve-se quem puder.