Doze dias no Sul
E os dias passaram voando. Nem senti, de verdade.
Mal acabei de comemorar o Natal e....já estou em casa de novo!
Os doze dias foram intensos em novidades, pessoas, lugares. Tudo tão intenso e tão rápido. Acho que, na verdade, já me acostumei demais ao meu “canto”.
Numa conversa por lá: “ quando ouço paulistas conversando, sinto saudade de ti” (hã?).
Foram doze dias ouvindo conjugações na 2ª pessoa.
E eu, me entregando de bandeja, nesta fala calma, lenta, no “você”. E eu que nem sabia que falava assim?
E que meu ERRE de poRta podia ser engraçado rsrs
E não é que descobri também, que sou culta? Não foi somente uma vez que ouvi isto.
Culta eu? Nem ousei perguntar o porquê.
Mas fiquei pensando, que eu gostaria muito de ter a cultura lá vivida nos meus doze dias. Lanches no meio das tardes...muita “roda” de conversa, mesa farta e hospitalidade.
Lá, a rapidez ao falar, se contrapõe na tranquilidade de ação. Os gestos são lentos, há uma calma, uma “não pressa”. Olham nos olhos, se abrem, conversam, como conversam! Amam um bom papo. Tem muita coisa para compartilhar!
Aqui, a calma ao falar, se opõe na pressa da ação. Gostamos sim, de uma boa “prosa”, mas não com a disponibilidade de lá. Temos muitas coisas pra fazer!
Enfim...voltei! Para a pressa do meu dia a dia. Onde não ouço “guria”, “minha linda”, “deixa de bobiça”...
Aqui é meu berço, aqui estão meus amores, aqui é meu canto. Nesta minha terra da qual me orgulho tanto.
Mas, confesso, deixei lá um pedaço de mim.
Um pedaço saudoso da luta sem pressa, do saber ouvir com sorriso e paciência, da amabilidade desprendida.
Do saber viver!