TANGO, O CONFESSOR DE ALMAS!
“O tango é um coração nervoso de ansiedade sangrando à meia luz de um cabaré esfumaçado.
O tango é melodia de dor e de saudade, de mágoas e de abandono, de ciúme e de pecado.
O tango conta histórias de corações marcados, de amores clandestinos e paixões desiludidas.
O tango é o desabafo, o alívio dos amantes, consolo dos perdidos.
A alma das mulheres tristes vive presa ao lancinante som de um bandoneon sem calma.
O tango é um espelho a refletir tristeza.
E todos têm, no fundo, um tango dentro d’alma...”
(Texto primoroso de Paulo César Pinheiro, poeta e compositor fluminense, desnudando a essência mágica desse admirável gênero musical)
“O tango é um coração nervoso de ansiedade sangrando à meia luz de um cabaré esfumaçado.
O tango é melodia de dor e de saudade, de mágoas e de abandono, de ciúme e de pecado.
O tango conta histórias de corações marcados, de amores clandestinos e paixões desiludidas.
O tango é o desabafo, o alívio dos amantes, consolo dos perdidos.
A alma das mulheres tristes vive presa ao lancinante som de um bandoneon sem calma.
O tango é um espelho a refletir tristeza.
E todos têm, no fundo, um tango dentro d’alma...”
(Texto primoroso de Paulo César Pinheiro, poeta e compositor fluminense, desnudando a essência mágica desse admirável gênero musical)
O diabo é que o tango tem também um jeito especial de mexer com a gente. Uma milonga, sei lá, de penetrar nos recônditos do coração e sacar de lá recordações e segredos que melhor ficassem onde estavam.
O solo choroso daquele impertinente bandoneon, ao meio de La Cumparsita (canta J.Iglesias), teve o condão de enredar-me os sentidos; lentamente, no espichar das suas notas dolentes, elas viriam transformar-se na insidiosa estrada fantástica a conduzir meus sentimentos a flertarem agora, perturbados, com um velho e inesquecível amor.
E dessa fabulosa estrada vieram as pretéritas noites de sábado... a ansiedade dos encontros... olhos que se miravam e se desviavam, acanhados... mãos frias que se tocavam e se esquivavam, para depois se acariciarem, entrelaçadas, ante as ingênuas confidências marcadas pela gagueira da timidez em meio do inspirador romantismo musical da época.
Belisca-me, ainda, a saudade das calorosas tardes de domingo, ao vê-la com certo vestido de seda ramado a recair-lhe no corpo moldado por desejo e sedução. Eis que atiçado o fogo, quando não a tentação, foge a razão, prevalece a ousadia que aprisiona o coração.
Depois...
Decepção, mágoas, separação.
Lá vou eu a um passado/onde um coração imolado/sangrado e retalhado/ficou hirto, abandonado/sob frios raios de luar.
Vou e volto aos meus dezesseis anos quando vivi encantado por aquela boca rubra, boca ardente, a me tragar envolvente em carícias e ilusões. Foi lá que conheci o amor intenso e pude amar profundamente; também vim a conhecer a dor que o tempo repara e só ele ensina que amar é uma conquista plena, e sempre vale, bem o digo, vale a pena!
Este é o meu tango, o tango que trago na alma.
O solo choroso daquele impertinente bandoneon, ao meio de La Cumparsita (canta J.Iglesias), teve o condão de enredar-me os sentidos; lentamente, no espichar das suas notas dolentes, elas viriam transformar-se na insidiosa estrada fantástica a conduzir meus sentimentos a flertarem agora, perturbados, com um velho e inesquecível amor.
E dessa fabulosa estrada vieram as pretéritas noites de sábado... a ansiedade dos encontros... olhos que se miravam e se desviavam, acanhados... mãos frias que se tocavam e se esquivavam, para depois se acariciarem, entrelaçadas, ante as ingênuas confidências marcadas pela gagueira da timidez em meio do inspirador romantismo musical da época.
Belisca-me, ainda, a saudade das calorosas tardes de domingo, ao vê-la com certo vestido de seda ramado a recair-lhe no corpo moldado por desejo e sedução. Eis que atiçado o fogo, quando não a tentação, foge a razão, prevalece a ousadia que aprisiona o coração.
Depois...
Decepção, mágoas, separação.
Lá vou eu a um passado/onde um coração imolado/sangrado e retalhado/ficou hirto, abandonado/sob frios raios de luar.
Vou e volto aos meus dezesseis anos quando vivi encantado por aquela boca rubra, boca ardente, a me tragar envolvente em carícias e ilusões. Foi lá que conheci o amor intenso e pude amar profundamente; também vim a conhecer a dor que o tempo repara e só ele ensina que amar é uma conquista plena, e sempre vale, bem o digo, vale a pena!
Este é o meu tango, o tango que trago na alma.