O que há de novo no Ano Novo?


   Faz uma semana que o ano começou, mas o que há de novo?
   Tenho assistido aos noticiários da TV e tenho visto fatos pra lá de velhos. Estamos no verão e, como em todos os verões, as cenas se repetem: temporais, inundações, deslizamentos, desabamentos, soterramentos. As pessoas, de um modo geral as de baixa renda, perdem o pouco que têm, ficam desalojadas ou desabrigadas e passam a contar com a solidariedade de outras pessoas. E onde estão as autoridades? Ah, estão gozando suas “merecidas” férias em suas fazendas, em algum balneário de luxo desse imenso litoral brasileiro ou até mesmo no exterior. Algumas, fugindo desse calor de assustar até o diabo, estão curtindo o inverno em Nova York ou esquiando nos Alpes Suíços. O Congresso Nacional, nesse período, é apenas um bom cenário para os turistas que vão à Brasília tirarem suas fotos. Da fachada, claro, já que o interior está vazio.
   Nos municípios, os novos prefeitos também não podem fazer muita coisa. Eles estão ocupados reunidos com seus secretários e assessores, tomando ciência das contas e das dívidas deixadas pelo governo anterior. Estão ainda meio tontos sem saber por onde começar porque as prioridades são muitas: salários atrasados do funcionalismo, coleta de lixo precária, frota sucateada, Postos de Saúde sem médicos, abastecimento de água insatisfatório, escolas precisando de reformas e de professores (já, já começa o ano letivo e a Rede Escolar em situação dramática), ruas esburacadas e sem iluminação, falta de medicamentos na Farmácia Municipal, enfim, são tantos problemas que muitos talvez estejam se perguntando “Onde fui amarrar meu burro?”. Mas, já que optaram pela vida pública, que assumam a responsabilidade. O povo espera pelos resultados. E, se já têm em mente a reeleição, melhor fazerem o dever de casa direitinho.
   Já os que foram reeleitos, talvez façam um bom mandato já de olho numa vaga de Deputado Estadual nas próximas eleições. Mas vamos ter paciência, pois eles só deverão começar a trabalhar após o Carnaval.
   Nesse Ano Novo a violência também é velha. Fiquei chocada com o episódio do rapaz que morreu esfaqueado pelo dono de um restaurante porque reclamou que haviam lhe cobrado R$ 7,00 a mais. Meu Deus! Então, uma vida está valendo apenas R$ 7,00?! São tantos casos de homicídios, de assaltos, de acidentes, que parece que 2012 ainda não acabou. Ô anozinho violento!
   Lá na Síria os conflitos continuam, na Venezuela a crise política se agravou com a ausência do Presidente Hugo Chaves que está em Cuba em tratamento contra um câncer. Nunca morri de amores por ele, mas acho um absurdo que seus aliados e adversários estejam se mordendo pelo poder num momento como esse. Acho que o bom senso deveria falar mais alto. São casos e mais casos pelo mundo afora de conflitos e crises das mais diversas ordens, ou seja, está tudo igual ao ano que passou.
   Há quem diga que eu esteja vendo só o lado negativo das coisas. É, pode ser. Mas não posso fingir que isso tudo não está acontecendo.
   Tem gente que me diz que muitas coisas novas e boas também estão ocorrendo, e eu pergunto:
   - O quê?
   Aí me respondem:
   - Está começando o novo Big Brother Brasil.
   - Ah não! De novo?!
   Insistem:
   - O Salário Mínimo também é novo.
   Então eu digo:
   - Continua mínimo. Coitado de quem tem de sobreviver com ele.
   Aí me contam:
   - O Lionel Messi acaba de receber o troféu de melhor jogador de futebol do mundo.
   - Aquele argentino feinho ganhou outra vez?! Tudo bem que é um craque, mas há tantos craques que poderiam ganhar, só pra ficar diferente.
   - O Campeonato Carioca vai começar.
   - Mas já sei quem leva o título: um dos quatro maiores do Rio (Fluminense, Flamengo, Vasco ou Botafogo). Eu quero novidade!
   Depois desse diálogo imaginário e apesar de tudo que vem se repetindo, acho que não devemos desanimar. O ano de 2013 está só começando e, com certeza, há de trazer novidades muito boas. A gente não pode perder a esperança. Até porque, há coisas que só dependem de nós para que se realizem, basta que tenhamos empenho, determinação, confiança em Deus e em nossa própria capacidade. E, como canta Seu Jorge na abertura de Salve Jorge : “...nosso povo brasileiro, tem alma de guerreiro, não cansa de lutar, enfrentando um dragão por dia, na sua companhia a gente chega lá...”
 
 
 
 
 
Jorgenete Pereira Coelho
Enviado por Jorgenete Pereira Coelho em 09/01/2013
Código do texto: T4075131
Classificação de conteúdo: seguro