"LAMA NAS RUAS", UM EXEMPLO DIGNO DE ZECA PAGODINHO!
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Uma das músicas que mais me agradam e talvez uma das mais lindas já gravadas por Zeca Pagodinho – “Lama nas Ruas” -, (pseudônimo do cantor e compositor carioca Jessé Gomes da Silva Filho), oriundo da comunidade de Xerém, onde possui um sítio, tornou-se uma infeliz realidade: Xerém foi inundada e amanheceu mesmo com muita “lama nas ruas”, por culpa dos administradores públicos que não investiram todas as verbas Federal e Estadual em projetos perenes para evitar novos deslizamentos, enchentes em igarapés e em programas de educação para que o povo não jogue o lixo doméstico no leito dos riachos.
Conhecido por ser dono de uma grande propriedade, o sítio de Zeca Pagodinho serviu para acolher os desabrigados de Xerém do temporal, pois aquela comunidade ficou devastada por uma chuva que, por culpa e quase uma cultura irresponsável de parte de alguns moradores que despejam lixos nas margens dos córregos que foram quase que totalmente devastados, levando junto casas, sonhos acumulados e vidas humanas, tudo porque os restos do Natal e do Ano Novo não foram retirados antes da chuva,o que fez entupir bueiros, inundou córregos e destruindo também as casas. Esse é só mais um cenário de um filme repetido todos os anos!
Nascido no dia 4 de fevereiro de 1959 – eu nasci no dia 13 de fevereiro de 1960 -, o cantor “Zeca Pagodinho”, ou Jessé Gomes da Silva Filho, não esqueceu sua origem humilde. Zeca, o artista, começou sua carreira de sambista nas rodas de samba dos bairros Irajá e Del Castilho, no subúrbio carioca, tornando-se popular nos shows em que o contrataram, pagando-lhe cachês generosos. Mas nunca abandonou suas raízes e deixou seu sítio dirigindo seu quatricíclo com sua filha juntou-se a muitos na ajuda à comunidade de Xerém. Zeca, segundo declarou durante a chuva, só perdeu “apenas algumas cabeças de bode e outras coisas sem valor diante de uma vida humana”.
“Deixa/ Desaguar tempestade,/Inundar a cidade,/Porque arde um sol dentro de nós”, diz uma estrofe da música “Lama nas Ruas”. Depois, acrescenta, em mais um verso da linda música:
“Queixas./ sabes que não temos/E seremos serenos./ Sentiremos prazer no tom de nossa voz”.
Concluo com mais um verso da música de Zeca, resumindo todo seu gesto de solidariedade humana: “Vim (de quadriciclo) para provar que o amor, quando é puro/Desperta a alerta o mortal./Ai é que o bem vence o mal./Deixa a chuva cair, que o bom tempo há de vir/ Quando o amor decidir mudar o visual/Trazendo a paz no sol./Que importa se o tempo lá vai mal”.
Ah, “importa” sim! “Se há tanta lama nas ruas/ seu Xerém virou um “céu deserto e sem brilho de luar” companheiro solidário Zeca, é porque as autoridades públicas não aplicaram as verbas públicas como deveriam em locais que necessitavam. E que outros Zeca’s assumam seu posto e resolvam os graves problemas das comunidades não só do Rio de Janeiro, ou de São Paulo, mas de todo o Brasil porque de promessas políticas e gestos de boa vontade o povo brasileiro já está cheio demais!