Eu ainda quero ser feliz
Eu ainda quero ser feliz
Hoje uma estudante contou em alto e bom som, como tinha que ser, com firmeza de pensamento e voz, sem titubear ou piscar, de olhar fixo em mim, que já havia "perdido tempo demais" em sua vida por causa de seguir a opinião de outros, os quais se classificavam como amigos verdadeiros e familiares preocupados com sua felicidade.
O Homem aprende com um pouco de retardo que o conselho bom realmente deveria ser vendido, visto que sua raridade o encarece, comparável ao maior e mais raro diamante. Aconselhar parece fazer mais bem ao que aconselha do que ao aconselhado que o escuta e o segue.
Nossa personagem seguiu seus rumos baseando-se mais na decisão do outro, do próximo, do vizinho. `As vezes, ou quem sabe muitas vezes, somos os últimos a ser ouvidos para opinar sobre nossos passos, nossas caminhadas. Damos pouco ou nenhum ouvido a nós mesmos. Isso não precisa ser ruim, porém, precisa ser melhor di
No frigir dos ovos, ou na fritura das situações vívidas ainda na memória, experiências amargas da vida quente de nossos tempos, aprendeu que era melhor ter se dado ao luxo de tomar decisões baseadas em impulsos e emoções. Não tivesse seguido a racionalidade, a frieza tão apregoada por humanos sensatos, provavelmente não seria melhor sua vida, possivelmente não teria a oportunidade agora de dizer a alguns que estaria em situação bem mais abastada. Isso talvez não. Entretanto, teria a rara oportunidade, a ínfima possibilidade que poucos alcançam ao longo de uma existência. de poder dizer que foi livre de pensamento, que tomou a vias da vida que ponderou ser as que se aplicavam ao seu percurso, mesmo que depois se configurassem ou se revelassem ser as mais desastradas.
No entanto, isso não tornaria sua vida melhor. Então, por que o risco de arriscar seguir a emoção? De deixar passar a chance que pode parecer mais razoável? Que humanidade é essa que existe em um ser racional que o leva a deixar o razoável pelo imponderável? Pode um ser dotado de inteligência preferir a emoção ao raciocínio?
Para poder dizer a si mesmo, quando ninguém precisa ouvir, quando só o travesseiro é confessor e amigo de ouvido atento a não interromper a confissão, que foi livre de pensamento, que tomou a vias da vida que ponderou ser as que se aplicavam ao seu percurso, mesmo que depois se configurassem ou se revelassem ser as mais desastradas. Que foi verdadeiro e sincero consigo.
Você, corajoso leitor que se aventura em minhas pobres apalavradas linhas, pode dizer isto a si mesmo? Se pode, diga-o agora! Não pondere muito, senão atesta a inveracidade de sua resposta. Titubear neste caso, denota a falta de ou a parcial verdade.
Isso deve significar ser feliz! Isso deve garantir uma satisfação fantástica consigo. Aquele que aprendeu a ouvir e se ouvir, completou um estádio de maturação que poucos alcançam. Eu ainda sonho com isso! Eu ainda quero ser feliz.
Luís Eduardo. Cach 03-12-2012