O DIPLOMA COMPRADO

O diploma ou certificado de origem institucional nada mais é que a declaração dessa ou daquela instituição afirmando que a pessoa nomeada naquele documento, de fato, logrou êxito no curso também ali descrito. É uma declaração pública do objetivo alcançado por aquele que com grande esmero recebe aquele titulo confirmativo.
A vida acadêmica começa na pré-escola, percorrendo o ensino fundamental, depois o ensino médio. Com muita sorte e dedicação poderá chegar numa faculdade pública e daí pra frente já é puro capricho para receber um título de doutorado.
É bem verdade que alguns não conseguiram estudar nessa sequência, por razões várias, porém, nada justifica a vontade de deixar a escola pra depois. Conheço procuradores federais que estudavam sob luz de lamparina, que nada tinham pra comer e nem por isso desistiram daquela que seria e foi sua saída da miséria.
Quando não se consegue fazer a sequência certinha, como manda a secretaria de educação, podemos apelar para os chamados supletivos, que é uma forma de se fazer o estudo em blocos, em apenas um ano você consegue se formar, claro se estudar, e passar nos exames. Cada bloco se leva no mínimo doze meses, se de outra forma fizer é puro engodo, estarão mentindo pro aluno e o aluno fingindo que aprendeu.
Agora imagine a seguinte situação: numa cidade do Norte deste Brasil, um “radialista” se envolveu na compra de um diploma falso, isso mesmo, falso. Porque o desgraçado nunca havia colocado os pés na porta da escola que continha no certificado que ele apresentou na comissão permanente do vestibular. Queria o carcará sanguinolento se submeter ao vestibular para o curso de direito, pode uma coisas dessas?
A petulância era tão escabrosa que ele poderia se inscrever para um curso mais simples, que não precisasse de tanto conhecimento, mas foi logo no curso de direito.
Pro azar do criminoso, já que era portador de documento que continha declaração falsa, foi fazer o vestibular na mesma sala que um agente federal, que falta de sorte, o que no futuro serviria de testemunha contra sua pessoa.
Claro que não passou no vestibular, mesmo sendo deputado estadual e talvez tivesse um “esquema” para passar, mas deve ter sido tão ruim na prova que não ficou nem na repescagem.
Mas voltando ao diploma, fico imaginando o que se passa na cabeça de determinada pessoa em comprar uma certificação, não seria melhor ir pra escola e demonstrar que mesmo depois de anos sem nunca ter, eu disse nunca, estudado começar pelo início e terminar como uma pessoa honrada. - Ah, mas isso leva tempo, eu quero agora, rápido, nem que tenha que pagar e assumindo assim o crime de falsificação de documento público – certamente esse foi o seu desejo.
Continuando a fazer uso de tal documento, ainda se inscreveu no ministério do trabalho como jornalista, isso mesmo, jornalista. Aproveitando uma antiga lei que dizia que todo aquele que exercia o ofício e que tivesse o antigo segundo grau poderia obter tal inscrição. Que absurdo, agora já detinha dois documentos falsos, o primeiro o diploma e o segundo uma carteira de jornalista.
O mais engraçado de toda essa história é que o comprador de diploma não se conteve em portar tal documento, poderia viver até o fim de sua vida sem ser notado, mas agora de posse do documento até ele acreditava que era formado, que tinha sido certificado, embora por dona Jurema, a mulher que lhe vendera tal papel.
Com a prisão da quadrilha, “a casa caiu”, e com ela o portador do diploma, deu uma confusão que foi parar no Superior Tribunal de Justiça - STJ, isso mesmo, o “diplomado” recorreu à justiça para acabar com o inquérito da Polícia Federal, segundo ele em seus argumentos sofistas, dizia que o culpado era dona Jurema, a vendedora do diploma e ele uma simples vítima!!!!
Moral da história: todo diploma tem um preço, o que pode ser medido pela honra do seu portador, se foi comprado, vale o quanto vale, o que nada vale!