UM UNIVERSO AO INVERSO
Mudado, sim, está o mundo. E, muito! Tanto, que inspira neologismos; irreconheço-o.
Novos são os tempos e os vivo nada resignado, algo alienado. Temo que assim será ainda mais o dia em que a ciência logre evidenciar sermos seres híbridos, como já o dizem: parte terráqueos, parte alienígenas. Se não acreditas, tampouco eu. Mas, isso não causa ínfimas diferenças; afinal, no passado que aqui nos trouxe, procedentes que éramos de outros mundos, igualmente, não nos receberam pasmados os autóctonos povos indígenas?
Quer no mar, na terra e no ar, homens, mulheres, uns pouco uns, uns pouco sejam o que queres, avisto-os, mas não os distingo; não os reconheço! Ou não me reconheço, com o dicernimento embotado e submergido em buracos negros?
Ligeiro, velhos conceitos se dispersam e me conduzem a outros cosmos, onde vago, vazio, sem entender o que é o ser e o que é o não ser, seja "blue" ou seja "grey". Perdi contato com este mundo; ele e muito do que aí está, estranho.
Que estranho, esse mundo surreal! Longe, gravito, anos-luz, em torno de distâncias e de reversos; busco outras vias em novas supernovas.