NANCY

Nós seres humanos estamos carentes de afeto,de atenção,de um olhar carinhoso,de um afago.E quando olhamos para um lado e para o outro não vemos nenhum ser humano que possa suprir essa carência,então temos seres não que não vão negar nada disso.Os animais domésticos como os cães e os gatos estão sempre prontos a nos suprir esse vazio tão inquietante.Acredito que hoje eles já se tornaram insubstituíveis.

Sem medo de errar,hoje em dia a morte de um companheiro inestimável como um cão é tão sentida tanto quanto um ser humano que temos apreço. Quando nosso animalzinho morre, é um ente querido que se vai. A casa fica vazia, falta algo ou alguém , fica difícil recomeçar.

Nancy uma cachorrinha poodle ,tão mimosa,seu silêncio era sua marca,aliás,ela só reclamava quando estava com fome e quando pedia para levarmos á rua para fazer suas necessidades fisiológicas. Mas fora isso, era um silêncio preocupante, até comentávamos -ela é cachorra triste.

Nancy convivia conosco há nove anos. Mas como sempre,tudo na vida tem um fim. Surgiu um câncer em uma de suas mamas. Conseguimos debelar,através de uma cirurgia, aliás, pensávamos ter debelado, no entanto, resurgiu com mais intensidade,fulminante. Esses dias foram dolorosos,angustiantes,não queria mais comer,nem andar mais,as forças tinha se exaurido.Mesmo com esse revés,não se ouvi um só som daquele ser indefeso. Se comportou como uma lady. Se isolou nos cantos mais recônditos,evitava que víssemos seu sofrimento.

Uma pergunta que gostaria de fazer aos espiritas, segundo os mesmos, quando passamos por um momento como esse estamos pagando débitos de vidas passadas. E quando o animalzinho como esse passa por esse processo de sofrimento ele está pagando o quê?