A Gaiola

Um galo e uma galinha foram criados em um cativeiro simples, os ovos foram trazidos de Bragança paulista por meu sublinho que os colocou a luz de uma lâmpada para serem chocados, uns 10 [dez] ovos e para a minha surpresa dois ovos chocaram, o primeiro um pintinho preto para 4 [quatro] semanas depois um amarelo nascer. Ambos foram criados numa gaiola de uns 60cm os pintinhos foram crescendo logo o amarelo foi ficando maior este se tornando um galo e o preto pouco menor e franzino uma galinha. De uma forma ou de outra eles conseguiram abrir a gaiola e sair e com medo deles fugir eu os colocava de volta na gaiola. Porém hoje eu os soltei e observando percebo que eles não vão muito longe, gastaram cerca de 20 [vinte] minutos para se afastarem da gaiola ficando em frente depois caminhavam pelas plantas que há na varanda de casa sem ir muito longe procurando comida ou o que pudesse picar. Eles se desenvolveram rápido mas ainda sim não muito, um galo e uma galinha limitados ao seu fim natural, a panela. Tem asas mas seus voos não vão longe, olhos que não são centrados pois cada olho observa um lado, dividido, limitado. Suas folhagens são bonitas, vão mudando de cor o galo ficando em um vermelho com preto e a galinha preto e branco.

E na gaiola já estão eles de novo, presos e apertados dentro do seu mundinho, a gaiola.

Nossos vícios, nossas prisões, correntes, são como essa gaiola, quando somos libertos ao invés de nos afastarmos de vez, ficamos em volta dos velhos erros por medo do desconhecido e perdemos a oportunidade de conhecer o verdadeiro proposito para nossas vidas, não vale apena temer ou viver como esse casal de galinha e perder a oportunidade de se desenvolver.

Quando liberto novamente, afaste-se de vez e apenas confie em mim pois eu sou contigo, que assim seja.