a tal malandrargem
Precisamos ouvir mais o Chico Buarque. Ele etá sempre ligado, antecipadamente, nos fatos; é um nome que faz eco na história política do Brasil e pode alertar a juventude dos perigos que correm com o abraçar dessa anti-cultura musical e de todas as outras modalidades possíveis.
Enquanto a cultura viaja em voo de decolagem, o serviço de anti-cultura vai em velocidade máxima e em voo cruzeiro. Por não ler e não valorizar a informação educativa, que muitas vezes é lançada em crônicas, filmes , livros, contos, poesias e até em algumas novelas, por incrível que pareça; não só os jovens, mas até os adultos dessa venturosa nação, não conseguem decifrar os códigos da malandragem.
Ainda a pouco, em nome da tal malandragem, que na verdade não é a tal, acabamos de ver uma tal Genuíno que de genuíno não tem nada, é mais falso do que nota de trinta; tomar posse como um autêntico e agora sim, genuíno, MALANDRO FEDERAL. E, claro, em respeito aos seus eleitores que são cidadãos de bem. Paródia?
O Chico Buarque já tinha alertado o povo a muito tempo, como se fosse uma profecia: Vejamos:
Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal, o que dá de malandro
regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central
Antonce, meu povo?