O NOME DELE ERA BABY

Ele era alegre, espontâneo, passivo, estava num baile de Carnaval, quando encontrou aquela que seria responsável por sua vergonha, sua falta de identidade, etc.,mas, naquele momento, ela era simplesmente a mulher por quem ele se apaixonou ao som de: “Oh! Quanto riso! Oh! Quanta alegria...”, vale salientar que ele se encontrava bêbado e tudo era colorido, ela curtindo a quinta separação e querendo descarregar a solidão e a barra que é ficar só e ainda com um filho problema. O Carnaval passou e eles resolveram ficar juntos, Assis se sentia feliz por estar ao lado de uma mulher tão atraente e ela realizada por estar moldando Assis ao seu bel prazer. Era muito comum, a vizinhança ouvir os gritos dela toda vez que queria alguma coisa ou simplesmente tirar a paz dele. “Baby,estou muito cansada, leve o Felipe à escola, depois faça o supermercado! Ao que Baby atendia sem questionar. Certa vez, foram passar uns dias numa casa de veraneio. Ela logo se abusou e começou a “oscilar”: “Baby, acho que devemos voltar à capital, aqui está muito chato”! Ele disse apenas, você é quem sabe. “Então me acorde às nove , não quero viajar tão tarde. Certo, minha querida. No dia seguinte a casa acorda com os berros de Lúcia: “Baby, por que me acordou? não viu que eu estava relaxando?! Baby envergonhado falou: mas, você..., “Mais nada! Você é um inútil, egoísta!” O pai dela, um homem do interior e defensor árduo das práticas machistas, resolveu fazer alguma coisa, por Baby, ou melhor, pelos machos e falou: Minha filha, Baby está com fome, vá colocar o café de seu marido. Ela bradou de lá: “Baby, você está aleijado? Coloque seu café! E não aborreça meu pai!” Baby pensou em dizer algo, porém achou inútil, baixou a cabeça e se retirou. Mais tarde, ao ouvir risadas alegres, vindas do terraço, onde um grupo de amigos se divertiam entre conversas e músicas, ele resolveu se aproximar e quando ensaiava uma gargalhada, os ouvidos mostraram-se incomodados por aquele brado sem lógica: “Baby, o que você está fazendo aí? Está sentindo falta do passado? Venha imediatamente para cá! Não quero você ouvindo essas músicas!” Todos esperavam uma reação coerente de Baby, mas, para infelicidade geral, Baby não reagiu. Assim, foi virando motivo de chacota para casa inteira. Certa vez, uma senhora idosa, respondia para filha: “Não vou comer agora! Não estou com fome! Não insista! Eu não sou Baby!” Alguns instantes depois, alguns maridos e namorados exaltados gritavam para as esposas e namoradas: “Não comece, vou terminar minha cervejinha e meu jogo de dominó! Depois saímos! Conforme-se! Eu não sou Baby!” Ouvindo aquilo, Baby ficou ainda mais encolhido, mas, o pior estava por vir. O seu enteado de apenas dez anos, disse-lhe em bom tom: “Baby, não vou lhe obedecer! Eu não sou você, Baby!” Baby ficou ainda mais encucado, quando uma poodle de mau humor, não concordou com a brincadeira do garoto e em meios a latidos,... (pensou Baby): “Isso não é hora de brincar, não estou a fim, não me confunda, eu não sou Baby e ponto au au!” Essa foi demais para Baby, ele imaginou que se não saísse dali, iria enlouquecer. Esperou que todos dormissem e deixou um bilhete em letras garrafais. “Chega! Aqui, despeço-me de todos e inclusive de BABY, meu nome é Assis! Entenderam? Assis!