Um desabafo nesta madrugada
É madrugada. Todos dormem no silenciar. As almas descansam ao som do vazio, vazio que não se pode discutir. Mas eu estou aqui, mas não vivo. Onde estou? Parece que minha alma está se dirigindo ao mar, à natureza, ao silêncio, a Deus.
O coração humano é um lugar de sentimentos, prazeres e motivações, mas quando encontramos o vazio? O que fazer?
Meu coração parece que não vão agüentar, já não sinto mais o vento na pele, já não posso mais ser quem sou. O que há? O que pode ser?
Tantos discutindo por nada, e muitos choram por um pedaço de pão, o que é a humanidade? Em que nos tornamos? Políticos discutindo vantagens, e eu querendo ajudar aos menos ajudados e não poço. Afinal como é o poder? Como se o tem? A minha alma não entende, como entender? Porque uns nascem pra sofrer?
A humanidade não tem mais jeito, já se achou que a religião era o caminho, mas e as guerras, conflitos? Somos corrompidos, somos egocêntricos, maquiavélicos, itinerantes, somos o lixo. Os que mais roubam têm o poder, enquanto os que querem ajudar são jogados no canto como se fosse nada, um nada, não sou nada.
Quantas mentiras espalhadas nos noticiários, nas bocas, nos lugares, em tudo, quanta mentira. Mas onde está a verdade? A verdade está na flor, na criança, na música, está na natureza. Mas quem quer preservá-los? Homens vivem se digladiando por dinheiro, dinheiro o mal, o mal que é tão bom. Seu pudesse seria uma flor, meu tempo seria o tempo da natureza, o tempo de Deus, dos planetas, eu iria ser tão meigo, seria tão bonito, eu não teria medo da noite porque ela seria minha amiga, muito intima. Ainda é madrugada, comecei escrevendo sobre mim, e agora escrevo sobre nós, por quê? Será que o meu problema é a necessidade de expressar o social, o que a minoria sente. Não tenho tão capacidade. Mas sinto que é um chamado de Deus, preciso ir.
Meu desabafo é de alguém que sente o descaso com o mundo, com o planeta, com os animais, consigo mesmo. Os homens vão morrer e Deus não vai interferir. O homem morre quando deixa de ser criança e esquece de ser uma até morrer.