Autodeterminação
Algumas pessoas trazem em si uma capacidade de determinar-se que sinceramente me causam uma espécie de encanto, de fascínio. Depois de traçarem seus objetivos nada os consegue impedir de alcançá-los. Os reveses que encontram pelo caminho parece que os servem de estímulo. Não sei de onde retiram esta força, se de seu interior ou do além, o fato é que nada os faz parar. Com certeza é essa capacidade de seguir em frente diante de desafios que parecem intransponíveis é que os diferenciam da maioria da população.
Uma dessas pessoas que servem de exemplo ao acima exposto é Luis Inácio Lula da Silva. Sei que alguns não o admiram por questões ideológicas ou outras, mas não é isto que está em análise. Gostando do Lula ou não é inegável que este sujeito tem uma capacidade de perseguir seus objetivos que não é comum a maioria da população. Um retirante que é obrigado a sair de sua terra por causa da fome e que chega a presidência da república, certamente não é um caso comum e que acontece todos os dias, ao contrário, este sujeito deve ter em si uma capacidade fora do comum de se determinar para alcançar seus objetivos.
A história fornece diversos exemplos do tipo de determinação que estou procurando expor nesta crônica. Outro exemplo que me vem à memória é Mahatma Gandhi. Este Líder indiano libertou a Índia do domínio Inglês sem dar um tiro. Acredito que este seja um dos poucos casos de países que obtiveram a sua independência ser dar um tiro, sem precisar recorrer a violência, ao contrário, o que os unia era um espírito pacífico liderado por Gandhi.
Einstein até conseguir provar sua Teoria da Relatividade comeu o pão que o diabo amassou. Seu pai morreu achando que o filho não prestava para nada. Einstein teve que trabalhar em ofícios abaixo de sua intelectualidade porque nenhuma universidade o acolhia. Um destes ofícios era analisar novos inventos em um escritório de registro de patentes. E foi este ofício, um revés, que foi fundamental para o seu sucesso. Neste escritório, Einstein tinha que analisar os inventos que aguardavam para serem registrados, e este fato o excitava a imaginação porque tinha que descobrir a dinâmica dos produtos inventados. Digo isto porque li certa vez que Einstein considerava a imaginação mais importante que a inteligência. A interpretação do que ele quis dizer com isso deixo ao encargo do leitor. Entretanto, é inegável que ele precisou de muita imaginação para elaborar a Teoria da Relatividade.
Conta a história que Pelé foi reprovado nos testes que fez nos times da capital paulista, sendo aprovado somente no Santos. Conta também a história que o pai de Pelé era craque e jogador de futebol, cujos proventos mal davam para alimentar a família. Diante das necessidades a mãe de Pelé não queria que o mesmo jogasse futebol. Ele a contrariou e o resto o prezado leitor já conhece a história, que sempre vale a pena repetir, o mesmo tornou-se o atleta do século xx. Na área do futebol pode-se citar o ex- lateral direito Cafu que por muitos anos serviu a seleção brasileira e foi o capitão do penta campeonato mundial. Cafu reprovou nos testes chamados “peneiradas” por diversas vezes e em diversos clubes diferentes. Não desistiu e obteve sucesso, e apesar de não ser nenhum craque teve uma história bonita no futebol mundial, jogando em grandes clubes e sendo um dos atletas que mais atuou com a camisa da seleção brasileira.
A história nos mostra outros casos, por exemplo, Nelson Mandela. Este homem passou 27 anos presos, mas não abriu mão de suas convicções. 27 anos não são vinte e sete dias e nem vinte e sete semanas,ao contrário, é muito tempo. Há pessoas que sequer vivem um tempo igual ao que Mandela permaneceu preso. Mandela permaneceu firme em suas convicções e sua determinação o levou juntamente com outros movimentos a “abolirem” o regime do apartheid na África do Sul. Nelson ainda teve a felicidade de ser o primeiro presidente negro de seu país. No rol destes exemplos pode-se citar Barack Obama que além de ser negro ainda tem ascendência muçulmana. Sabemos que depois do atentado de 11 de setembro, ser muçulmano ou ter ascendência muçulmana nos EUA não é nenhum mérito. Porém, mesmo assim Obama conseguiu seu intento.
O leitor certamente deve conhecer outros casos que aqui não foram citados, e que certamente poderiam ilustrar este tipo de determinação pessoal que falo. É mais que uma simples determinação, é uma fé estranha, uma certeza absoluta, uma convicção de que aconteça o que acontecer certamente os objetivos serão alcançados. Gostaria de saber de onde tiram esta força para se determinarem desta maneira, porque como disse no início do texto este tipo de determinação me encanta.