RÉ OU INOCENTE?

É como me sinto por ter encaminhado um processo no Juizado Especial Cível com uma "pequena causa"....Pois sim! "Pequena Causa, Grande Problema!" porque para mim significa perda de tempo e dinheiro, sim, porque praticamente perdi, causada pela minha ignorância, pela minha confiança, por achar que todo mundo é, ou devia ser honesto tanto quanto eu, ah! pela minha burrice.

Vejam vocês, toda entusiasmada contratei o serviço de um marceneiro (recomendado - o profissional já havia realizado um serviço perfeito para minha cunhada), então, resolvi contratá-lo para fazer armários para o quarto dos meus filhos. Com o prazo de quinze dias úteis para entregar, achei justa a exigência do pagamento total antecipado, isso, vale ressaltar, à revelia do meu esposo que não concordou com a contratação do serviço, mas teimosamente pensei: trata-se de uma pessoa idônea, bom profissional, cristão, etc. etc. Na verdade, aconteceu o seguinte: "o profissional" além da falta de caráter, lhe falta também capital de giro, aliado ao fato de querer enriquecer às custas de pessoas de bem, trabalhadoras. Explico melhor: com meu dinheiro na mão, comprou material para realizar um outro trabalho prometido há meses, cujo cliente já ameaçava levá-lo à justiça - isso eu só soube bem depois - e assim ele ia levando os cliente (a maioria mulheres) em "banho maria"...simples assim.

Os dias foram passando e nem sinal de vida. Eu ligava e as desculpas eram as mais esfarrapadas e variadas, um elenco sem fim. Passaram-se dois meses sem que eu recebesse a encomenda e ele já não atendia o telefone. Precisei usar toda a minha artimanha para que ele atendesse: usava telefone diferente, que ele não conhecesse e ele, é claro, atendia....com certeza na esperança de uma nova encomenda....Êba! mais uma otária para engordar minha conta bancária! Mas o pequeno grande detalhe é que "o profissional" nunca elevou a voz, sempre com as suas desculpas na maior educação, voz mansa, enganadora.

Ah, poderia ser simples para o consumidor resolver tal situação, contudo, nos deparamos com um Juizado que parece prezar pela "morosidade" do processo, parece até brincadeira. Dei entrada na papelada e do dia e hora certa eu lá estava e nada do "profissional". Eu na minha "Santa Inocência" pensei: ele se esqueceu. Esqueceu? Qual nada, ele já tinha a manha, já era freguês, estava escondido, me observando. Eu sim, estava na minha primeira experiência. Houve a conciliação, ele deu uma pequena parcela à vista e prometeu as demais parcelas com depósito na minha conta bancária, que nunca foi cumprida. Retornei ao Juizado e novamente o processo foi aberto. Já se passaram dois anos e nesse tempo eu tenho recebido várias "intimações" do Juizado para comparecer "urgente" e lá vou eu, como se "ré" fosse. Chegando lá, sempre a mesma conversa, tem que pedir isso, pedir aquilo, a exemplo de Penhora On-Line..., ora, o sujeito já é freguês, a conta bancária não tem nada, está zerada, mas é claro, a demora é tanta que parece que se trata de favorecer o falsário! Nova intimação, agora para pedir a Penhora de Bens - que bens, meu Deus? Preenchi o documento solicitando a penhora de carro, moto, computador....qualquer coisa que corresponda à dívida. Quem duvida que a justiça só encontre um barracão vazio com o aluguel atrasado? Eu não duvido! e pelo andar da carruagem, estarei aqui à espera de mais "intimações" ou à espera de um milagre.

E viva a justiça paralítica do nosso País!

Fathma Oliveira
Enviado por Fathma Oliveira em 03/01/2013
Reeditado em 11/01/2013
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