ESCADA PARA O CÉU

Perdida em devaneios

encontrei uma longa estrada, na qual segui.

Caminhei. Caminhei. Tanto caminhei

que me perdi no silêncio daquela estrada.

Olhando em volta, nada mais havia

senão aquele caminho.

Fiquei imaginando aonde me levaria

e segui em frente.

Longe, bem longe, quando o cansaço

já existia em mim, vi a escada.

Milhares de degraus. Seu topo desaparecendo

na imensidão dos céus.

Bem devagar comecei a subi-la.

Pensei nos bens materiais que ficaram para trás.

Lembrei-me das coisas boas que não fiz.

Dos momentos de felicidade

que tristemente não soube desfrutar.

Era difícil a subida. A cada degrau, um obstáculo.

Subia um, descia três. Mas fui em frente.

Lembrei-me de pessoas que cercaram minha vida

do bem e atá do mal e chorei.

Chorei porque não havia volta.

O que estava feito era definitivo

e tarde demais para apagar.

Quanto mais subia, mais vislumbrava

o que me impediu de viver esse tempo todo.

O pouco valor que dei

às pequenas coisas do dia a dia

e que somadas formariam infinitamente,

a grande essência do existir.

O que perdi com o fútil.

O quanto deixei de aprender por idéias irredutíveis

nada enxergando além...

Pobre de mim!

Que grande ironia a escada!

Ou meleva, ou me trás de volta

para um mundo vazio,

que precisa ser modificado...

ou ele ou eu.

Assim pensando, acordei do devaneio

e retornei ao mundo.

Ao mesmo mundo de sempre!

Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 03/01/2013
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