Embarque no portão 3
Quem nunca sonhou em encontrar um amor no aeroporto?
Ela sonhava com isso também, adorava pensar que era personagem de filme americano que ia trombar com um cara lindo e casar com ele três dias depois, ria sozinha ao pensar o quão boba era.
Na sua primeira viajem para Goiânia, ao aguardar em frente ao portão três, ela lia uma daquelas revistas de mulher, Claudia.
Ela ria das besteiras que lia, lembrava da época que só comprava Superinteressante na escola e era tachada de esquisita, nerd e até geek. Malditos rótulos.
Do outro lado do saguão ele lia GQ e ria das besteiras que lia, lembrava da época que só comprava Mundo Estranho e era tachado de esquisito, nerd e até geek. Malditos rótulos.
Os dois entraram no avião, um sentou na poltrona 18A o outro na 19B.
Tudo normal durante o voo, tudo normal depois do voo, e assim, ao chegarem no aeroporto de destino, cada um seguiu seu destino, sem saber que haviam perdido a chance de encontrarem o amor de suas vidas.