ENTREGA PARA A ÁRVORE
Quando eu tinha catorze anos, eu trabalhei em uma casa de família, onde hoje é a “Casa Azul” próxima ao Colégio Governador Roberto Silveira. Lá eu cozinhava e lavava algumas roupas, poucas, pois eles tinham uma lavadeira. Trabalhei lá durante três meses na casa da D. Marisa Valinho.
Lá ia sempre uma senhora chamada D. Maria, que morava na subida do cemitério. Ela era uma negra velha e gordinha como eu e que usava lenço...
Certa vez ela me disse que muitas pessoas tinham inveja de mim e quando alguém me olhasse de rabo de olho era para eu entregar para a árvore... Eu ouvi, sorri, mas não entendi muito bem.
Anos depois, estava eu na varanda da minha casa, quando passaram duas garotas e naquele dia eu percebi “o olhar”. Aquele olhar de que ela me falara. Eu fiz, então, como a D. Maria havia me dito... Entreguei para a árvore mais bonita que estava ao alcance das minhas vistas dizendo:
_ Árvore! Ô árvore! “Fulana” olhou para mim com rabo de olho, se for de bem, que venha para mim... Se for de mal que seja para você.
No outro dia quando acordei a árvore da vizinha estava sendo cortada... Mal pude acreditar... Mas era verdade.
Durante algum tempo pensei que glória poderia haver em entregar para a árvore? Assim eu estaria apenas transferindo o mal. Desejando ele para a árvore e não para mim.
Refletindo eu percebi que a árvore com certeza já estava condenada, pois a vizinha construiria um muro que passaria naquele local, mas eu não sabia do fato... Portanto com o corte foi-se embora com a árvore toda a maldade que havia na intenção daquele olhar.
E se eu tivesse escolhido outra árvore?
Com certeza ela teria transformado todo o mal desejado em algo de bom. As plantas têm poder de curar, de purificar, de salvar...
Plante uma árvore, abrace uma árvore, entregue para a árvore...
A natureza é sábia.
Há momentos em que é melhor se calar e entregar...
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Quando eu tinha catorze anos, eu trabalhei em uma casa de família, onde hoje é a “Casa Azul” próxima ao Colégio Governador Roberto Silveira. Lá eu cozinhava e lavava algumas roupas, poucas, pois eles tinham uma lavadeira. Trabalhei lá durante três meses na casa da D. Marisa Valinho.
Lá ia sempre uma senhora chamada D. Maria, que morava na subida do cemitério. Ela era uma negra velha e gordinha como eu e que usava lenço...
Certa vez ela me disse que muitas pessoas tinham inveja de mim e quando alguém me olhasse de rabo de olho era para eu entregar para a árvore... Eu ouvi, sorri, mas não entendi muito bem.
Anos depois, estava eu na varanda da minha casa, quando passaram duas garotas e naquele dia eu percebi “o olhar”. Aquele olhar de que ela me falara. Eu fiz, então, como a D. Maria havia me dito... Entreguei para a árvore mais bonita que estava ao alcance das minhas vistas dizendo:
_ Árvore! Ô árvore! “Fulana” olhou para mim com rabo de olho, se for de bem, que venha para mim... Se for de mal que seja para você.
No outro dia quando acordei a árvore da vizinha estava sendo cortada... Mal pude acreditar... Mas era verdade.
Durante algum tempo pensei que glória poderia haver em entregar para a árvore? Assim eu estaria apenas transferindo o mal. Desejando ele para a árvore e não para mim.
Refletindo eu percebi que a árvore com certeza já estava condenada, pois a vizinha construiria um muro que passaria naquele local, mas eu não sabia do fato... Portanto com o corte foi-se embora com a árvore toda a maldade que havia na intenção daquele olhar.
E se eu tivesse escolhido outra árvore?
Com certeza ela teria transformado todo o mal desejado em algo de bom. As plantas têm poder de curar, de purificar, de salvar...
Plante uma árvore, abrace uma árvore, entregue para a árvore...
A natureza é sábia.
Há momentos em que é melhor se calar e entregar...
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