OS DIAS "ZERO"
Estou convencido que depois da virada do ano, deveria existir dois dias fora do calendário. Os dias "zero". Nesses dias todos deveriam ficar em casa, meditando, rezando, lendo bons livros, conversando com a família, ouvindo aquele CD que você não tirou do armário durante o ano todo. Nos dias "zero", nenhum estabelecimento comercial abriria, as emissoras de TV e Rádio estariam fora do ar, a Internet desligada e nenhum carro no trânsito. Todos na garagem. Transporte público? Pra quê? Nesses dias estaríamos completamente desligados.
Durante esses dias, a oração seria a principal conselheira, o único som que teria lá fora seria o canto dos pássaros, o chamado das cigarras e os latidos e miados apaixonados. Dentro de nossas casas, compartilharíamos um parágrafo de um livro, os planos para o ano que estava nascendo, uma crítica das nossas ações do ano que passou e colocaríamos no papel as promessas para os próximos 365 dias.
Dançaríamos aquela música prometida, um cochilo após o almoço, beijos aos amados e cócegas no filho querido. Seria proibido conversar sobre problemas, mas as soluções apareceriam no silêncio do dia. A conversa teria um limite de decibés, o carinho estava liberado e o sonho uma obrigação.
Depois que o sol surgisse pela terceira vez, após a virada do ano, o ano-novo começaria e com ele estaríamos mais confiantes, fortes, leves e prontos para viver os próximos dias. Afinal, durante os dias "zero", fomos preenchidos com o amor sincero, a auto-crítica necessária e a paz esquecida.
Feliz 2013!